A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, apurou a comercialização de 1.392 unidades residenciais novas em setembro na cidade de São Paulo. O volume foi 13,3% menor do que o registrado em agosto (1.606 unidades) e 50,1% inferior a setembro do ano passado (2.787 unidades). A forte oscilação em relação a 2014 deve-se à base de comparação, pois setembro foi o terceiro melhor mês em termos de vendas e lançamentos no ano passado.

No acumulado de janeiro a setembro de 2015, foram comercializadas 13.698 unidades, com variação negativa de 4,7% comparado ao mesmo período de 2014, que totalizou a venda de 14.374 unidades.

No período de 12 meses entre outubro de 2014 e setembro de 2015, foram vendidas 20.900 unidades, uma variação de -5,4% em relação a igual intervalo do ano anterior (outubro/2013 a setembro/2014), quando foram vendidas 22.102 unidades.

No mês de setembro, os imóveis de 2 dormitórios continuaram liderando as vendas, com 44% do total comercializado (612 unidades), seguidos pelos imóveis de 1 dormitório, com 24,6% (343 unidades), de 3 dormitórios, com 23,9% (333 unidades), e de 4 ou mais dormitórios, com 7,5% (104 unidades).

Este mês registrou maior quantidade de vendas de imóveis de 4 ou mais dormitórios no ano, influenciando o VGV (Valor Global de Vendas) e, consequentemente, o tíquete médio das unidades, que passou de R$ 479 mil, em agosto, para R$ 605 mil, em setembro.

Oferta – A cidade de São Paulo encerrou setembro com 26.195 unidades disponíveis para venda, o menor volume do ano. Em termos de tipologia, a maior quantidade de imóveis ofertados é de 2 dormitórios, com 9.224 unidades. Os imóveis de 1 dormitório estão com 8.136 unidades à venda; os de 3 dormitórios com 6.747 unidades e os de 4 ou mais dormitórios com 2.088 unidades.

A oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos, lançados nos últimos 36 meses (de outubro/2012 a setembro/2015).

Lançamentos – De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), em setembro foram lançadas 1.057 unidades residenciais na cidade de São Paulo, volume 39,9% inferior ao mês de agosto, quando houve o lançamento de 1.760 unidades. Comparada ao mesmo mês do ano passado, com 4.106 unidades lançadas, a redução foi de 74,3%.

“É bom lembrar que, em 2014, tivemos Copa do Mundo e aprovação do novo Plano Diretor Estratégico, além de Eleições, fatores que contribuíram para incrementar o número de lançamentos nos últimos meses do ano”, ressalta Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

Com 417 unidades, os imóveis de 1 dormitório participaram com 39,5% do total de lançamentos, seguidos pelas 379 unidades de 2 dormitórios (35,9%), as 194 unidades de 3 dormitórios (18,4%) e as 67 unidades de 4 ou mais dormitórios (6,3%).

Considerações – O comportamento do mercado imobiliário da cidade de São Paulo em setembro apresentou uma mudança em relação aos oito meses anteriores. Enquanto as unidades vendidas caíram 13% em relação ao mês anterior, o VGV (Valor Global de Vendas) subiu 9,6%, por conta da comercialização de unidades maiores e de valor mais alto, comportamento que não vinha ocorrendo com frequência em 2015.

No acumulado do ano, as vendas voltaram a registrar queda, ainda que ligeira, em relação ao mesmo período de 2014. Em termos de lançamentos, é possível afirmar que o mercado ajustou sua oferta.

No final de outubro, o governo anunciou novos valores para a terceira fase do programa Minha Casa, Minha Vida, com diferentes limites para as cidades e parâmetros baseados no tamanho da população. Para a cidade de São Paulo, o limite do programa passará de R$ 190 mil para R$ 225 mil. “O mercado contará com um período para se ajustar às alterações e, provavelmente, os efeitos da medida somente poderão ser conferidos no ano que vem”, diz o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes.

Segundo Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Sindicato, outras medidas para incentivar a retomada da produção, a geração de empregos e o consequente aumento da arrecadação do município estão sendo estudadas pelo setor, em conjunto com a prefeitura, nos debates inerentes à revisão da Lei de Zoneamento.

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