O início da campanha de vacinação contra o novo coronavírus contribui para disseminar uma onda de otimismo em todo o País. Mesmo que a iniciativa não ocorra na velocidade que desejamos, o simples fato de saber que o processo de imunização está em curso traz a sensação que, em breve, a vida voltará ao normal, com menos restrições e mais liberdade.
No entanto, apesar do ambiente positivo, nunca é demais reforçar a necessidade de seguir rigorosamente os protocolos sanitários, e não relaxar nas medidas de segurança e prevenção, para evitar novas ondas de contaminação. Até porque, neste momento, como a parcela imunizada da população é pequena, o risco de contágio continua, e com a possiblidade de os efeitos serem muito piores.
As medidas restritivas já provocaram grandes impactos econômicos. O constante ‘abre e fecha’ de estabelecimentos comerciais e de serviços tem sido extremamente prejudicial para as atividades econômicas. Essa instabilidade resulta em incontáveis prejuízos econômicos, psicológicos e sociais.
As incertezas geram insegurança e comprometem o ambiente de negócios, afetando a confiança de empreendedores e consumidores.
Para o setor imobiliário, o maior desafio talvez esteja no mercado de locação comercial, tendo em vista que os comerciantes – combalidos pelo fechamento total durante o período mais intenso da quarentena – tentam recuperar perdas para poder cumprir seus compromissos, que incluem o pagamento do aluguel. Na outra ponta, o proprietário também é penalizado, já que muitos contam com o valor da locação como renda ou para complementá-la.
Vale ressaltar que, para não perder o inquilino e ter o imóvel fechado, a negociação foi e tem sido o melhor caminho. Evidente que sempre haverá demanda. Mas, se a instabilidade persistir, será complicado manter esses acordos nos atuais patamares. Alternativas para evitar um desequilíbrio – motivado sobretudo pelo significativo aumento do IGP-M, conforme reflexão em artigo anterior – vêm sendo adotadas, tanto nos contratos de locação comercial quanto residencial.
A exemplo de outras regiões, Rio Preto tem algumas peculiaridades. Em se tratando de uma cidade com potencial universitário, a volta às aulas presenciais poderá contribuir para movimentar o mercado de locação residencial. Indiretamente, para atender esse público consumidor, o segmento comercial também se beneficiaria. Importante ressaltar que o reaquecimento desse mercado deverá ser gradativo, dependendo essencialmente do ritmo em que ocorrer a vacinação da população.
Nota-se um certo receio quanto a investimentos em vários setores econômicos na região. O momento é de precaução. Mas acredito que esse temor dará espaço a um otimismo cada vez maior, à medida que o combate ao coronavírus se tornar mais efetivo e que as vacinas se mostrem eficazes.
No setor imobiliário, de maneira geral, as expectativas são positivas, mesmo diante de um momento de incertezas. A manutenção do trabalho em home office e o próprio distanciamento social provocaram um interessante movimento de famílias em direção ao Interior, seja em relação a aquisição de segunda moradia, seja em busca de um imóvel mais amplo e com espaços de lazer.
Estamos em um momento especialmente favorável, com juros baixos, oferta abundante de crédito e demanda aquecida nos mais diversos segmentos. Vamos confiar na eficácia da vacina e acreditar que não tardará para que tudo volte ao normal.
Thiago Ribeiro, diretor regional do Secovi em São José do Rio Preto