Dia 27/1, foi realizada a primeira Live Secovi-SP do ano de 2021. Nela, Denise Campos de Toledo entrevistou Aline Cardoso, secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, e o presidente do SindusCon-SP, Odair Senra.
Questionada sobre a influência da pandemia no cenário econômico da cidade, Aline, que está em seu segundo mandato à frente da Pasta, ressaltou que não há manual para lidar com a pandemia do novo coronavírus, porque o cenário muda diariamente. Por essa razão, é preciso ter serenidade na tomada de decisões e trabalhar em parceria com todas as outras secretarias.
“Vimos desmoronar as mudanças na economia e ainda temos muita incerteza. Os reflexos dos excessos do fim do ano estão sendo percebidos agora, e estamos pagando essa conta. Ainda corremos risco de ter um agravamento da pandemia”, opinou a secretária.
Ela destacou, porém, que alguns setores cresceram muito nesse período de crise sanitária, como o de comércio de alimentos, e muitos supermercados passaram a oferecer outros serviços, como a venda de roupas e o atendimento on-line. “Por outro lado, o comércio de rua foi bastante afetado e estamos desenhando, em parceria com os comerciantes, as estratégias de controle e retomada da economia”, anunciou Aline.
Na esteira do setor de alimentos, o imobiliário também apresentou excelentes resultados em 2020. O presidente do SindusCon-SP, Odair Senra, lembrou que desde o início da pandemia, em março do ano passado, as entidades representativas se uniram e montaram um fórum permanente de criação de protocolos sanitários e controle da Covid-19 nos canteiros de obras. “Não paramos de trabalhar e também servimos como agentes de divulgação dos protocolos de higiene junto às famílias dos trabalhadores”, disse.
Outro aspecto da pandemia destacado por Senra foi a valorização do imóvel, refletida no aumento das vendas. “Percebeu-se, na quarentena, a importância da casa na vida das famílias.”
Para este ano, ele estima um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da construção da ordem de 3,8 pontos percentuais. “Nossa preocupação, agora, é com a falta de mão de obra, porque há muitas obras aprovadas e em andamento”, anunciou.
Desequilíbrio – A secretária municipal ressaltou o paradoxo de ter, de um lado, um enorme contingente de desempregados e, de outro, vagas sobrando na construção civil pela falta de qualificação. “Já havíamos constatado esse cenário quando desenvolvemos o estudo do futuro do trabalho e dos negócios. Mas estimávamos que algumas situações aconteceriam daqui a 10 anos. Contudo, muitas se anteciparam, em virtude da pandemia.”
Aline disse, também, que o diálogo entre os setores público e privado tem de ser aprimorado, para se chegar ao modelo de cidade policêntrica, com ambientes amistosos e voltados para os pedestres. Esse aspecto foi destacado na entrevista pela secretaria, porque a sua Pasta incorporou a atividade de turismo e, para ela, a cidade de São Paulo é um grande polo turístico, com grande capacidade de crescimento.
“O centro de São Paulo está em franco processo de revitalização e há legislações que virão para incentivar a sua ocupação positiva. Ele tem um enorme vetor de crescimento econômico e até mesmo de transformação urbana. A partir da estruturação do turismo de compras das regiões do Brás, Santa Efigênia e 25 de Março, é possível ampliar o segmento de gastronomia, por exemplo”, disse Aline Cardoso.
Na opinião do presidente do SindusCon-SP, a revitalização do centro de São Paulo ainda está muito lenta e depende da retirada de mais algumas travas do Plano Diretor Estratégico.
Nesse aspecto, a secretária lembrou que o PDE depende muito mais da vontade política do Legislativo. “O Executivo, por mais que queira transformar a legislação, tem essa dependência dos vereadores, que devem ser críticos, para que São Paulo tenha mais oportunidades e qualidade de vida”, ressaltou.
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