O modelo de multipropriedade foi transformado, criando as bases
     mercadológicas para a viabilização de empreendimentos deste tipo.

Praticada no Brasil há mais de 40 anos, a Multipropriedade foi regulamentada somente em 21 de dezembro de 2018, por meio da Lei Federal nº 13.777.  A conjuntura mercadológica e o número de pessoas nas classes A, B e C que fazem turismo mais do que dobrou nas últimas duas décadas, trazendo 100 milhões de novos consumidores.

Hoje, esse contingente de pessoas viaja 20% a mais do que 20 anos atrás, e prioritariamente para destinos doméstico, devido ao avanço da taxa de câmbio. “Dentro dessa conjuntura, em 2012, o modelo de multipropriedade foi transformado, criando as bases mercadológicas para a viabilização de empreendimentos deste tipo, que permitem o sonho da propriedade de lazer a um custo acessível”, relata Caio Calfat, vice-presidente de Assuntos Turísticos Imobiliários do Secovi-SP.

Calfat é um dos idealizadores do curso Melhores Práticas de Multipropriedades, que aborda os cinco pilares da lei (Desenvolvedor, Comercializadora, Clube de Benefícios e/ou Intercambiadora, Jurídico; e Administradora).

O curso acontece de 14/10 a 26/11/2021, às quintas e sextas-feiras, das 9 às 11 horas, com aulas on-line e presenciais na sede da UniSecovi (Rua Dr. Bacelar, 1.043 – Vila Clementino). 

“Nosso objetivo é promover a lei, que foi um grande março para a atividade, e oferecer orientações sobre este negócio peculiar e em grande expansão, apesar de pouco conhecido”, explica Calfat, acrescentando que o resultado desejado é a alavancagem sustentável do desenvolvimento do turismo brasileiro como um todo.

O público-alvo é bastante amplo e abrange incorporadores imobiliários, profissionais de operadoras hoteleiras, empresas de comercialização, de multipropriedade e de imóveis monousuários, investidores, financiadores, gestoras de fundos, servidores públicos que atuam na área de turismo e advogados, dentre outros.

Para mais informações e inscrições, acesse o link.

Thiago Ribeiro*

O mercado imobiliário absorveu no ano passado as mudanças impostas pela pandemia de Covid-19 e, estimulado por fatores como manutenção da construção como atividade essencial, ressignificação da casa para as famílias e por programas emergenciais, deu início a uma trajetória de recuperação e crescimento que se estende ainda no segundo semestre de 2021.

Essa introdução é indispensável para demonstrar o poder de reação frente às adversidades do setor da construção imobiliária, marcado pela resiliência e pela grande disposição dos empreendedores em atuar para a consolidação do desenvolvimento econômico e social brasileiro.

A começar pelo reconhecido potencial de gerar empregos, renda e arrecadação, para dizer o mínimo. Em julho deste ano, por exemplo, o setor da construção totalizava 2,56 milhões de trabalhadores formais, número que superava o registrado no período pré-pandemia, de acordo com dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), apurados pelo Ministério do Trabalho.

Sem contar o efeito multiplicador na geração de postos de trabalho indiretos e induzidos, e também com reflexos na arrecadação de impostos, já que a indústria da construção imobiliária movimenta e demanda extensa cadeia produtiva de diversos setores, inclusive depois da entrega das chaves.

Voltando ao mercado, com raríssimas exceções, o bom desempenho tem sido observado na capital e no interior paulista, e nas principais capitais brasileiras.

Para se ter uma ideia, de acordo com a Pesquisa Secovi do Mercado Imobiliário, na comparação entre os acumulados de janeiro a agosto de 2020 com igual período do ano passado, houve alta de 106,5% nos lançamentos e de 51,9% nas vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo.

Importante observar que, nos mesmos oito meses, o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC), da Fundação Getúlio Vargas, que acompanha os custos de materiais e mão de obra, acumula alta de 11,2%, pressionado pelos aumentos nos preços dos insumos. E os reflexos no preço do imóvel já vêm sendo observados.

De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) de agosto apresentou ligeiro recuo em relação ao mês anterior. Mas, no acumulado de 12 meses (variação de 12,48%) até agosto, o indicador manteve a tendência de aceleração.

Apesar da pressão provocada pela alta dos insumos e da elevação da taxa Selic, os juros do financiamento imobiliário se mantêm em patamares baixos e acessíveis, oferecendo condições para aquisição da casa própria a boa parcela da população.

É o que mostram dados surpreendentes divulgados também pela Abecip referentes ao acumulado do ano: foram financiados com recursos das cadernetas de poupança R$ 136,8 bilhões, o equivalente a 589,4 mil unidades. Mais um recorde da série histórica, em linha com o que aponta a Pesquisa Secovi.

Considero este cenário bastante positivo, ainda que tenhamos muitos desafios pela frente, como a reforma administrativa, a do Imposto de Renda e a inflação, cuja manutenção da trajetória de alta pode comprometer o desempenho do setor produtivo como um todo. E particularmente o imobiliário, que tem um ciclo de produção de longo prazo e precisa atuar com o mínimo de previsibilidade.

Mas, como otimista que sou, prefiro acreditar que teremos um ambiente macroeconômico propício aos negócios e atrativo aos investimentos. Tem de ser assim, pelo bem do Brasil.

 

* Diretor Regional do Secovi-SP em São José do Rio Preto