Elias Zitune ministrou a aula, que contou com a participação de Mariangela Machado e Caio Portugal

A aula magna de abertura do 35º Programa de Cursos de Atividades Específicas de Loteamentos da Universidade Corporativa Secovi-SP foi um sucesso. Mais de 200 espectadores de vários Estados acompanharam o webinar sobre a “Visão Global da Atividade de Loteamento”, ministrado no último dia 8/4, pelo empreendedor Elias Zitune, diretor de Assuntos Regionais da Aelo.

Caio Portugal, vice-presidente de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Secovi-SP e presidente da Aelo, fez a abertura dos trabalhos, destacando a trajetória de Zitune que, segundo ele, “tem talento e loteamento no DNA”. Zitune passou a integrar a diretoria da Aelo com 27 anos de idade, em 2011, a convite de Caio Portugal, à época eleito presidente da entidade pela primeira vez.  Em seguida, a professora Mariangela Machado, coordenadora dos cursos de loteamentos, falou sobre o programa, dividido em seis módulos, que ainda em vagas disponíveis.

Elias Zitune iniciou sua exposição, relembrando que ingressou na empresa da família com apenas 22 anos de idade. “Caberia a mim ser a quarta geração a atuar no campo do desenvolvimento urbano”, disse. Formado em Direito, trabalhou num grande escritório de advocacia, estruturando operações para o mercado imobiliário e mercado de capitais, e depois mudou de rumo. “A Zitune estava com projetos importantes. Percebi que aquele era o momento de ajudar a empresa da família a crescer, evoluir e dar continuidade ao legado familiar”, contou ele, lembrando que já se vão 20 anos. Aos novos empreendedores, deu um conselho: “É importante respirar, manter a calma e respeitar alguns ciclos da vida, mas sempre seguir em frente”.

Segurança jurídica

“Lote é segurança para o futuro”, afirmou Zitune. “Nos anos da pandemia, ficou bastante clara essa verdade, com muitas famílias buscando comprar lotes para a casa própria em uma cidade tranquila”. Segundo ele, o empreendedor de projetos de loteamento e desenvolvimento urbano tem a heroica missão de criar espaços e zelar pela qualidade das cidades. Contudo, essa tarefa esbarra em uma série de obstáculos, como a constante busca de segurança jurídica, burocracia pela aprovação do projeto, falta de linha de crédito para o empreendimento, escassez de mão de obra, oscilação dos preços de insumos e risco de ter clientes inadimplentes.

Ele também falou sobre as possibilidades de financiamento para o segmento, afirmando que há bancos privados dispostos a disponibilizar crédito para as empresas loteadoras. “Em princípio, o financiamento ocorre para até 90% do valor da obra. O fluxo da carteira continua com o loteador, que passa a ter prazo para levar adiante o empreendimento”, revelou.

Ao falar as questões jurídicas, Zitune focalizou as brigas jurídicas decorrentes do cipoal de leis, decretos e portarias em torno da atividade dos loteadores. Ele destacou ainda a participação da Aelo em defesa de uma reforma tributária justa, sem aumento da carga de impostos do setor, além do Marco Legal do Saneamento Básico, sancionado pela Presidência da República como uma tentativa de resgate à enorme parcela de famílias brasileiras sem acesso à água potável encanada e às redes de coleta de esgoto.  A recente privatização da Sabesp também foi lembrada pelo palestrante. “Os gestores prometem antecipar, no Estado, a universalização dos serviços”, destacou.

Panorama de loteamentos

Com base nos relatórios da Brain e no Perfil Econômico do Setor de Loteamento e Desenvolvimento Urbano no Brasil, ele apresentou um panorama completo do mercado de loteamentos no País e no Estado de São Paulo. Ele lembrou que desde 2017, a Aelo e o Secovi-SP mantêm parceria com a empresa Brain Inteligência Estratégica, para a elaboração de pesquisas trimestrais. “Essas pesquisas são um sucesso e ajudam a nortear os empresários a respeito do rumo que devem tomar ao idealizar um loteamento”, afirmou.

Segundo ele, uma das curiosidades das pesquisas é o fato de a Região Metropolitana de Campinas concentrar os municípios que mais lançam e mais comercializam loteamentos. Outras regiões do Interior têm bom movimento de lançamentos e de vendas. Em especial, as do Vale do Paraíba, Sorocaba, Piracicaba, Bauru, Ribeirão Preto, Franca, São Araraquara, São José do Rio Preto, Marília, Araçatuba e Presidente Prudente. A Capital, ao contrário, uma das maiores cidades do mundo, já loteou o que era possível; não há mais espaço para novos empreendimentos.

Os números apontam para o aumento das vendas de lotes, disse Zitune. E chamou a atenção para os loteamentos clandestinos, que estão entre os grandes problemas para o setor de desenvolvimento urbano, para o mercado consumidor e para o poder público. Ele explicou o sucesso da campanha Lote Legal (www.lotelegal.com.br), lançada em 2021 pela Aelo para combater os clandestinos, com apoio de instituições e de inúmeras prefeituras.

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