No painel de locação da Convenção Secovi, intitulado O Mercado de Condomínios Logísticos no Brasil e as Tendências de Desenvolvimento, o palestrante Fernando Terra, diretor da Divisão Industrial & Logistic Services da CBRE Consultoria do Brasil, traçou um panorama da evolução do setor de condomínios logísticos no País nos últimos anos, apresentou o cenário atual e as perspectivas futuras do segmento.

Depois de listar os fatores que determinam o sucesso dos condomínios logísticos – acesso, localização, especificações (altura mínima de pé direito, vão entre pilares, número de docas por área etc.) e infra-estrutura –, ele abriu dados da CBRE que indicam que há 103 milhões de metros quadrados de imóveis industriais em estoque no País. Desse total, 13,5 milhões de metros quadrados são de condomínios logísticos, a maioria (65%) no Estado de São Paulo.

Focando no mercado paulista, Terra falou sobre o desempenho dos últimos anos. “Por ser um mercado que tem atraído usuários mais sofisticados e dada a escassez inicial de produtos desse tipo, de 2001 a 2010 a demanda correu atrás da oferta”, contou o executivo. Aí a oferta começou a crescer: de 2006 a 2010, foram entregues de 400 mil a 500 mil metros quadrados/ano; em 2013, aproximadamente 1,5 milhão de metros quadrados. Neste ano, a estimativa é de que serão entregues de 800 mil a 900 mil metros quadrados. “A demanda continua forte, mas há um excesso de oferta. Os imóveis de boa qualidade são absorvidos, e os mais antigos, chamados de segunda mão, retornam para o mercado.”

A segunda parte da palestra foi conduzida por Hardy Milsch, vice-presidente, no Brasil, da Prologis, grande incorporadora de condomínios logísticos que atua em 21 países. A empresa deve encerrar o ano com 600 mil metros quadrados de galpões prontos e locados no País.

Milsch afirmou que, no quesito metro quadrado de estoque logístico classe A per capita, os Estados Unidos têm dez vezes mais condomínios logísticos que o Brasil. Na comparação com a Cidade do México e Seul, a relação é de três para um. “Vejo grande oportunidade de expansão nesse segmento”, disse, acrescentando que as maiores perspectivas de negócios, além do eixo Rio-São Paulo, estão nas capitais, onde acontecerá uma melhoria da infraestrutura logística.