A Pesquisa do Mercado Imobiliário da cidade de São Paulo de outubro apresentou diferentes resultados nas comparações com os períodos anteriores, demonstrando um movimento moderado e de estabilidade dos indicadores.
As 5.555 unidades residenciais comercializadas no mês representaram alta de 9,2% frente às 5.089 unidades negociadas em setembro. No entanto, o resultado ficou praticamente estável em relação ao mesmo mês de 2020, quando foram comercializadas 5.552 unidades.
Em valores monetários, houve recuo do VGV (Valor Global de Vendas) em relação a outubro do ano passado. A redução real foi de 14,9%, quando se compara o VGV de R$ 3,3 bilhões de outubro de 2020 com os R$ 2,8 bilhões do décimo mês deste ano – valores atualizados pelo INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) de outubro de 2021. A principal queda ocorreu nos segmentos de imóveis de 4 ou mais dormitórios.
Destaque no mês para as vendas de imóveis de 2 dormitórios (54% do total), com área entre 30 m² e 45 m² (participação de 49%) e preços na faixa de R$ 240 mil a R$ 500 mil (41% do volume vendido).
Imóveis econômicos, enquadrados nos parâmetros do programa Casa Verde e Amarela, responderam por 45,5% das unidades comercializadas e participaram com 18,8% de VGV (Valor Global de Vendas).
De acordo com o economista-chefe da entidade, Celso Petrucci, um fato relevante ocorrido em outubro foi o ajuste do teto do valor e da taxa de juros para imóveis do programa Casa Verde e Amarela. “Com as medidas, buscou-se equilibrar os valores com o aumento dos insumos da construção”, assinala. “As condições anteriores inviabilizavam os lançamentos de novas unidades, dificultando o acesso à habitação a importante faixa da população”, complementa.
No acumulado do ano, as 52.563 unidades comercializadas ficaram 37,3% acima do apurado entre janeiro e outubro de 2020, quando foram vendidas 38.287 unidades.
Levantamento realizado pelo Secovi-SP registrou o lançamento de 6.876 unidades, total 11,5% inferior às 7.766 unidades de setembro e 10,5% superior às 6.220 unidades lançadas em outubro de 2020.
De janeiro a outubro, foram lançadas 56.439 unidades, com alta de 72,6% em relação ao volume apurado no mesmo período do ano passado (32.696 unidades).
Análises – “A revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo, prevista para este ano, ficará somente para 2022, adiando novamente a discussão de tema fundamental para garantir adequado atendimento à demanda por moradia na cidade”, enfatiza Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos da entidade. “Some-se a isso a judicialização de propostas do Executivo aprovadas pelo Legislativo municipal, inviabilizando investimentos e o desenvolvimento de diversas regiões da cidade, como Água Branca, por exemplo.”
Apesar dos desafios, o presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet, destaca o bom desempenho apresentado pelo mercado desde meados de 2020, e afirma que o movimento resulta da recuperação de perdas de anos anteriores e das condições econômicas favoráveis.
“Estão mantidas as expectativas de encerrar 2021 com crescimento em torno de 17% a 25%, tanto em lançamentos quanto em vendas”, diz o presidente, projetando também as perspectivas para o próximo ano. “Diante de um cenário de inflação na casa de dois dígitos, com trajetória ainda indefinida, e de alta da taxa básica de juros, acreditamos em uma possível acomodação do mercado, que poderá também ser impactado pelas incertezas comuns em ano de eleições majoritárias”, conclui.
Confira a íntegra da Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário do mês de outubro.