Imóvel continua sendo maior sonho para metade dos brasileiros, aponta pesquisa; setor gerou mais de 180 mil novos empregos formais no 1º semestre de 2022
Há muito tempo, eu era quase um menino, com 22 anos, queria comprar um apartamento, aquele sonho da casa própria; um pouco abusado até pela pouca idade e completa falta de recursos próprios, a não ser o desejo. Imaginava ser impossível um dia ter apartamento ou casa própria, mas, como todo teimoso, fui atrás do sonho. E o impossível aconteceu! Existia o Sistema Nacional de Habitação, que financiava construtoras e consumidores já naquela época. Comprei o apartamento!
Anos depois, vi o Sistema ruir por falta de recursos, por excesso de má gestão ou por miopia política dos governantes que simplesmente abandonaram o consumidor de média ou baixa renda. Assim, a indústria imobiliária ficou paralisada por muito tempo, somente atendendo a poucas faixas de renda, o que criou um déficit habitacional não resgatado até hoje.
Mas os tempos mudaram, um sistema de financiamento foi restabelecido e o atendimento ao setor, tanto do lado do consumidor como do empreendedor, foi ativado.
Mas o déficit habitacional ainda não foi resgatado!
Ter uma casa própria continua sendo o maior sonho para quase 48% dos brasileiros, segundo pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2021). É dentro dessa realidade, alimentada ainda pela migração para os grandes centros e até pela movimentação de mão de obra altamente especializada por todos os cantos do país, que o setor imobiliário vem colecionando bons resultados, mesmo após atravessar uma pandemia que paralisou diversos setores da economia.
Convém frisar que, apenas no primeiro semestre de 2022, o segmento gerou mais de 180 mil novos empregos formais, segundo dados do Caged.
Como será 2023?
Um setor imobiliário em expansão, incentivado pela alta demanda por moradia. Os investidores e compradores para uso próprio vão se mover pela confiabilidade e segurança do investimento em imóveis. O sonho tão antigo, e sempre atual da casa própria, traz ao brasileiro a certeza de um futuro mais tranquilo.
Mas os “deuses” da economia e da área jurídica estão de acordo?
Infelizmente não. No Brasil, ainda carecemos de leis adequadas e conscientes, que confiram segurança jurídica às iniciativas empresariais e taxas de juros decentes, que facilitem o acesso de todos a esta segurança.
O que temos atualmente são esses “deuses” raivosos que não concordam com empreendedores e consumidores!
Junto à força desse setor, os meios de comunicação assumem um papel decisivo: o de informar aos brasileiros as perspectivas da economia, os investimentos mais confiáveis, as tendências do setor e os caminhos para alcançarem o tão almejado imóvel próprio. Continua sendo a maneira mais direta de despertar os sentimentos das pessoas sobre bens imobiliários, tanto pelos meios da publicidade e propaganda como na formação de opinião, baseada na informação correta e verdadeira.
Cabe a nós esclarecer aos cidadãos o porquê não podem morar em imóvel próprio ou porque devem morar a 4 horas de distância do seu trabalho, do seu lazer e dos melhores equipamentos urbanos das grandes cidades.
Hoje, os meios de comunicação têm, comprovadamente, ainda maior potencial de persuasão junto à sociedade, ao agregar tanto aos meios de massa e segmentados às novas mídias digitais on e off-line. O setor imobiliário percebeu a possibilidade de combinar as diferentes mídias para se alcançar cada vez mais eficazmente os investidores e consumidores. Repito, por achar necessário, que a boa informação é fundamental para a tomada de decisões corretas.
A pandemia nos trouxe a oportunidade de reinventar as relações com o mercado imobiliário, em parceria com entidades do setor, oferecendo soluções híbridas entre eventos presenciais e uso de mídias segmentadas e digitais, amplificando a comunicação do setor para todo o país.
O próximo ano se aproxima e seremos, juntos, capazes de mostrar que crises podem ser superadas com ousadia.
A estrada do futuro está aberta, mas os obstáculos precisam ser ultrapassados com a determinação de que a nossa causa é a correta.
Paulo Saad Jafet é vice-presidente do Grupo Bandeirantes