O setor de loteamento deve encontrar nas cidades de até 200 mil habitantes uma grande oportunidade para negócios nos próximos anos. Este foi o diagnóstico apresentado por Flavio Amary, vice-presidente do Interior do Secovi-SP, no Encontro PQE de agosto, realizado na sede do Sindicato, em 7/8. “As incorporadoras ainda não buscam cidades desse porte, porque não são verticalizadas, o que acaba abrindo mercado para nós”, disse Amary. Como exemplo, o dirigente do Sindicato citou as cidades de Votorantim e Salto de Pirapora, no entorno de Sorocaba, que têm recebido empreendimentos de loteamentos.
Um dos chamarizes desse fenômeno tem sido a busca por mais qualidade de vida por parte das pessoas que moram nas cidades grandes. Isso porque o crescimento vertiginoso das metrópoles implicou problemas inerentes a esse processo, como trânsito, violência e poluição, impulsionando o mercado imobiliário de regiões do interior.
Soma-se a isso o fato de empresas de grande porte, como montadoras de veículos, e universidades públicas e privadas terem formado uma nova demanda para o mercado de loteamento. Fatores sociais também contribuem para essa movimentação – como rearranjos familiares, jovens que entram no mercado de trabalho e querem sua primeira moradia, crescimento da classe média, entre outros.
Caio Portugal, vice-presidente de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Secovi-SP e um dos palestrantes do evento, divulgou parcialmente um levantamento feito com 30 loteadoras pela Aelo (Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano) em conjunto com o Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP.
Segundo os dados amealhados, essas empresas devem lançar nos próximos dois anos cerca de 80 mil lotes, com um VGV estimado da ordem de R$ 7,384 bilhões. “Esses números servem, inclusive, para mostrar ao mercado financeiro nosso potencial”, disse o vice-presidente. Atualmente, não há linha de financiamento para produção de lotes. A pesquisa completa será divulgada na Convenção Secovi 2014 (www.convencaosecovi.com.br).
Portugal elencou, ainda, alguns percalços enfrentados pelo segmento, como o excesso nas contrapartidas exigidas pelo Poder Público ao empreendedor em algumas cidades e leis que restringem a atuação do setor.