O setor turístico brasileiro vem passando pela maior provação de sua história.
Os hotéis de negócios vivem uma sequência de crises, que se inicia com a superoferta de hotéis para a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, passa pela enorme queda de demanda provocada pela crise econômica, política e de credibilidade de 2014 a 2017, e a pá-de-cal veio com os anos de pandemia.
E ao reabrirem após cincos meses fechados, cadê o hóspede? Com o surgimento das reuniões por plataformas on-line, as convenções passaram a ser virtuais e as viagens de negócios, mesmo após a abertura dos aeroportos, diminuíram significativamente.
Com a atividade econômica retornando à normalidade, as viagens de negócios e os eventos devem voltar a acontecer – ainda que de forma parcial – proporcionando o início de recuperação da hotelaria de negócios.
Já os hotéis de lazer, passada a quarentena, viveram um bom período durante a pandemia, devido à busca por qualidade de vida das famílias moradoras das cidades médias e grandes. A adoção do home office e do home schooling foi um sucesso, e o que era circunstancial deve, em modelo híbrido, se tornar definitivo.
A alta do câmbio e a suspensão das viagens internacionais mantiveram os brasileiros por aqui. E a sazonalidade, que é o grande desafio que o turismo de lazer enfrenta, foi quebrada. Resorts, pousadas e congêneres tiveram boas performances nos últimos anos.
Novamente, a recuperação da atividade turística brasileira dependerá do protagonismo dos empreendedores imobiliários
Por sua vez, a multipropriedade continua a surpreender. Segundo o relatório Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil 2021, publicado pela Caio Calfat Real Estate Consulting, 68 destinos turísticos de mais de 20 estados brasileiros recebem 128 empreendimentos de multipropriedades, considerando-se os que, no mínimo, estejam com salas de vendas em operação.
Importante lembrar, que há 10 anos, o primeiro empreendimento dessa natureza surgia em Caldas Novas. Até o final do primeiro semestre deste ano, devemos chegar a 150 empreendimentos. Um número e tanto se considerarmos que o primeiro deles surgiu há 10 anos, em Caldas Novas, e que metade dessa década foi marcada por intensa crise.
Este será um ano de intenso trabalho de recuperação da atividade turística brasileira. Novamente, a recuperação da atividade turística brasileira dependerá do protagonismo dos empreendedores imobiliários. Ainda que machucados, é o que lhes cabe fazer. Mais uma vez.
Caio Sergio Calfat Jacob é diretor do Secovi-SP e presidente da ADIT