Os presidentes da Fiabci-Brasil, José Romeu Neto, e do Secovi-SP, Basilio Jafet, organizaram mesa redonda para avaliar as perspectivas do setor imobiliário e do País (2/12). O encontro contou com Juliana Rosa, analista de Economia no Grupo Bandeirantes, e Marcos Guterman, diretor de Opinião do Estadão.
De 2019 até agosto de 2021, o mercado apresentou formidável desempenho no volume de lançamentos e comercialização de unidades, graças ao ambiente de inflação e juros baixos, e à ressignificação da moradia (em função da pandemia).
Porém, a partir de setembro, as vendas passaram a revelar tendência de acomodação, impactadas pelas altas da Selic e da inflação. E o preço das residências começou a crescer em função do aumento de materiais de construção e das restrições impostas pela legislação urbana. Tudo isso convida à maior atenção.
Para Juliana, os prognósticos econômicos são nebulosos. “O PIB de 2021 pode crescer 4,8%, o que é positivo. Mas a economia não mostra um crescimento em ‘V’. Está mais para raiz quadrada”. Quanto à inflação, a pressão dos alimentos deve diminuir. “Porém, o que preocupa é inflação importada, difícil de controlar com juros maiores.”
“As eleições de 2022 serão as mais importantes desde a redemocratização do País. E o nível de embates será intenso, considerados os candidatos em evidência. O pior desse clima beligerante é desviar o foco do que realmente importa: o que o Brasil quer”, ponderou Guterman. “Precisamos de candidatos que tenham compromisso de longo prazo com o País. Há muita fome no Brasil. Não dá mais!”, disse.