Durante Fórum Urbanístico com o tema “Abrindo espaços”, que aconteceu na manhã de hoje (26), durante a Convenção Secovi-SP 2019, o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, Fernando Chucre, apresentou o PIU (Programa de Intervenção Urbana) Vila Leopoldina.
Este programa está inserido no PIU Arco Pinheiros, cujo tamanho é de 3.726.030 m2 de área e tem maior número de projetos urbanísticos interessantes para a cidade e o setor. Ele reúne, além do PIU Vila Leopoldina, o terreno da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), cuja área tem potencial para se transformar em um grande polo de tecnologia e inovação, e uma PPP (Parceria Público-Privada) de Habitação, que pretende atender as comunidades da região, que somam três mil unidades.
O PIU Vila Leopoldina traz, dentre várias inovações, a conversão do pagamento de outorga onerosa em construção de moradias, pela iniciativa privada, para 800 famílias inseridas no seu perímetro. “Este programa tem um grande poder de requalificação, porque a área tem infraestrutura invejável e disponível, além de ser muito pouco adensada”, justificou.
Alexandre Allard, presidente do Grupo Allard, explicou o projeto Cidade Matarazzo, na Avenida Paulista, empreendimento de luxo no coração econômico da cidade de São Paulo, e que após sete anos de tramitação nos órgãos de aprovação de projetos, vai sair do papel.
Ele disse que o desafio do setor, o qual ele se propõe a realizar, é antecipar a mudança do Real Estate, e oferecer experiências. “Hoje, tudo é comprado por Iphone, e as pessoas sairão de seus ambientes para viver experiências físicas. O mundo digital não vai substituir a qualidade de viver presencialmente”, enfatizou.
De acordo com ele, lugares antigos carregam a alma e a história de uma cidade ou local, e por essas razões são os mais adequados para a vivência de experiências físicas. O empreendedor francês disse que o Brasil não valoriza o antigo, e deu como exemplo o centro da cidade de São Paulo, largamente abandonado. “São 2 milhões de prédios antigos tombados na cidade e para esses espaços, fica o desafio de reciclar a vida. O Cidade Matarazzo se propõe a isso.”
O editor-chefe da revista Veja São Paulo, Raul Juste Lores, falou um pouco sobre a pesquisa feita por ele dos prédios icônicos dos anos 1940 na capital paulista, e que serviram de base para o livro São Paulo nas Alturas, de sua autoria.
Juste Lores falou sobre a imagem de destruição dos espaços públicos passada pelos empreendedores imobiliários, o que pode ser amenizado, de acordo com ele, a partir da interação entre os empresários imobiliários e as comunidades vizinhas aos novos empreendimentos. “O mercado precisa avisar e informar a comunidade que vai melhorar o bairro. A cidade precisa de bons projetos, amáveis com os pedestres.”
A rejeição por novos empreendimentos é natural, conforme Loures. “Foi assim com o Conjunto Nacional, anunciado quando a Avenida Paulista só tinha casarões, e o Shopping Pátio Higienópolis”, exemplificou.
Na visão do jornalista, os grandes desafios para o setor são desenvolver projetos que misturem usos e aproximem locais de trabalho, moradia e lazer, e permanecer vivo e atuante diante do grande tribunal da Internet. “Os moradores das cidades vão sempre brigar por áreas verdes e parques. E usam as redes sociais para isso.”
Claudio Bernardes, ex-presidente do Secovi-SP e mediador do Fórum, lembrou de sua trajetória como pesquisador de temas urbanos. “Passei 20 anos estudando a operação e o funcionamento das cidades, dez anos analisando as tendências e os últimos cinco anos tentando entender as influências sociais e da tecnologias nas cidades.”
A Convenção Secovi tem patrocínio de Atlas Schindler, Caixa, Grupo Souza Lima, OLX, Abrainc, Comgás, Intelbrás, Mapfre, Mega Sistemas, Porto Seguro, Regus, Serasa e Tokio Marine, SegImob, Techem.