Caio Sergio Calfat Jacob, vice-presidente de Assuntos Turísticos Imobiliários do Secovi-SP e presidente da ADIT |
Diferentemente dos segmentos de lazer em de multipropriedades, hotéis de negócios têm longo caminho pela frente
O setor turístico brasileiro vem passando pela maior provação de sua história. Os hotéis de negócios, por exemplo, sofreram com a superoferta de hotéis para a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, com a enorme queda de demanda provocada pela crise econômica (2014 a 2017) e com os anos de pandemia por covid-19.
Ao reabrirem após cinco meses fechados, cadê o hóspede? Com reuniões por plataformas on-line, as convenções passaram a ser virtuais e as viagens de negócios diminuíram significativamente.
Com a reativação econômica, viagens e eventos de negócios (ainda que parcialmente) devem voltar a acontecer e dar início à recuperação desse ramo de hotelaria.
Já os hotéis de lazer, suspensa a quarentena, viveram um bom período. Famílias de grandes e médias cidades buscaram qualidade de vida. A adoção do home office e do home schooling foi um sucesso. Com a alta do câmbio, e a suspensão das viagens internacionais, os brasileiros ficaram por aqui, quebrando a sazonalidade, que é o grande desafio que o turismo de lazer enfrenta.
Por sua vez, a multipropriedade continua a surpreender. Segundo o relatório Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil 2021 (Caio Calfat Real Estate Consulting), 68 destinos turísticos de mais de 20 estados brasileiros recebem 128 empreendimentos do gênero. Até o final deste semestre serão 150. Um número e tanto se considerarmos que o primeiro deles surgiu há 10 anos, em Caldas Novas, e que metade dessa década foi marcada por intensa crise.
Novamente, a recuperação da atividade turística brasileira dependerá do protagonismo dos empreendedores imobiliários. Ainda que machucados, é o que lhes cabe fazer. Mais uma vez.