A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), apurou em novembro de 2019 a comercialização de 4.974 unidades residenciais novas. O resultado foi 43,5% superior ao total comercializado em outubro (3.467 unidades) e superou em 29,4% as vendas de novembro de 2018 (3.843 unidades).
No acumulado de 12 meses (dezembro de 2018 a novembro de 2019), as 44.134 unidades comercializadas representaram um aumento de 48,6% em relação ao período anterior (dezembro de 2017 a novembro 2018), quando foram negociadas 29.694 unidades.
Lançamentos – De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade de São Paulo registrou, em novembro do ano passado, o lançamento de 8.131 unidades residenciais, volume 83,3% acima do apurado no mês de outubro (4.435 unidades) e 24,2% acima do total de novembro de 2018 (6.545 unidades).
No acumulado de 12 meses, referente ao período de dezembro de 2018 a novembro de 2019, os lançamentos na capital paulista somaram 53.545 unidades, resultado 41,2% superior às 37.934 unidades lançadas no mesmo período anterior (dezembro de 2017 a novembro de 2018).
Destaque – Com os resultados de 4.974 unidades residenciais novas comercializadas e 8.131 unidades lançadas, o penúltimo mês de 2019 destacou-se como o segundo melhor do ano, depois de junho de 2019, e como o melhor novembro de toda a série histórica iniciada em 2004.
De janeiro a novembro de 2019, foram comercializadas 38.930 unidades novas e lançadas 44.605 unidades. “Esse é o melhor resultado em 15 anos. Os 11 meses do ano passado superaram os recordes anteriores de 2007, quando foram vendidas 31.187 unidades, e de 2008, que registrou o lançamento de 31.812 imóveis”, explica Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
“O acumulado do ano passado já superou o resultado final de anos anteriores considerando, inclusive, dezembro, mês que costuma ser o melhor em termos de vendas e de lançamentos. É quando o trabalhador recebe férias e 13º salário e aproveita para investir na compra do imóvel”, diz Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP.
Apesar de o mercado imobiliário da Capital ter registrado bons resultados, ainda não apresentou recuperação em valores, cuja melhor performance foi em 2013. O VGV (Valor Global de Vendas) de 2019 referente ao período de janeiro a novembro foi de R$ 19,9 bilhões, abaixo do VGV do mesmo período de 2013, que foi de R$ 24,3 bilhões.
“Mas quando se comparam os VGL (Valor Global de Lançamento) de R$ 24,5 bilhões, de 2019, com o de R$ 24,8 bilhões, de 2013, a diferença é pequena”, aponta Petrucci, considerando que os valores foram corrigidos pelo INCC-DI.
Imóveis econômicos – Em novembro, foram vendidas 1.483 unidades econômicas e enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida e lançadas 3.090 unidades. A oferta desse tipo de imóvel totalizou 12.047 unidades disponíveis para venda.
Nos outros segmentos de mercado, a pesquisa identificou 3.491 unidades vendidas, 5.041 unidades lançadas e oferta final de 16.966 unidades.
Recuperação – Com o desempenho de 2019 registrado até novembro, o mercado imobiliário da cidade de São Paulo supera a crise macroeconômica que atingiu o País entre 2014 e 2017. “Esses anos de recessão resultaram em uma significativa demanda reprimida, que começou a ser atendida no ano passado, ao mesmo tempo em que as condições econômicas internas do País começaram a melhorar”, ressalta o presidente do Secovi-SP. “Junte-se a esse movimento, a crescente participação dos imóveis enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida, que não era tão expressiva até 2016”, completa Jafet.
Imóveis de 4 ou mais dormitórios apresentaram crescimento de 135% nas vendas na comparação entre as 1.744 unidades comercializadas nos 11 meses de 2019 e as 741 unidades vendidas no mesmo período de 2018. Nos lançamentos, a maior variação percentual registrada de janeiro a novembro foi dos imóveis de 3 dormitórios, com 6,5 mil unidades novas, que representaram crescimento de 117% em relação às 3,0 mil unidades de 2018 com a mesma tipologia e durante o mesmo período.
Esse fenômeno pode ser explicado pelo fraco desempenho desses tipos de imóveis nos últimos cinco anos. “A recuperação da economia, o aumento da confiança dos empreendedores e da população e a forte queda da taxa de juros geraram reações positivas como essas”, analisa Basilio Jafet.
O setor da construção civil gerou 117 mil empregos (12% do total) com carteira assinada de um total de 948 mil novos postos de trabalho criados no País de janeiro a novembro de 2019. “A geração de novas vagas de trabalho na construção civil e imobiliária demonstra a relevância do setor na recuperação macroeconômica do País. A nossa indústria é forte geradora de mão de obra formal, direta e indireta”, destaca Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.
Apesar do bom momento pelo qual passa o mercado imobiliário da cidade de São Paulo, o futuro ainda preocupa os empresários, pois há muitos desafios a serem superados. “Problemas ocasionados pela demora na calibragem da Lei de Zoneamento estão dificultado o lançamento de novos projetos. É importante que as mudanças necessárias aconteçam rapidamente, logo no início deste ano”, ressalta Kallas.
Reação mais robusta da economia, com ampla geração de emprego, redução da burocracia na análise e aprovação de projetos, segurança jurídica nos processos imobiliários, simplificação tributária a partir da aprovação das reformas Tributária e Administrativa são alguns aspectos fundamentais ressaltados por Basilio Jafet para que tanto o setor quanto o País cresçam com sustentabilidade.
Confira o conteúdo completo da Pesquisa, com dados da Região Metropolitana de São Paulo.