O Encontro das Administradoras de Condomínios – Enacon 2014 começou nesta segunda-feira, 13/10, na sede do Secovi-SP, com grande público de outros Estados. Após a bela interpretação do Hino Nacional pelo Coral da Graber, uma das patrocinadoras do evento, o presidente do Sindicato, Claudio Bernardes, deu as boas-vindas a todos e lembrou que, na última edição do evento, em 2012, ressaltara a importância de todos os agentes da cadeia imobiliária, cuja ponta final fica sob a responsabilidade das administradoras de condomínios e dos síndicos. 

De acordo com o dirigente, a atividade ganha papel preponderante em novos cenários macroeconômicos e urbanísticos. “O Plano Diretor de São Paulo prevê o lançamento de condomínios de uso misto, edifícios sem vagas de garagem, com fachada ativa e muitas outras mudanças que levarão o mercado a se reinventar, inclusive as administradoras, cujos profissionais terão de adquirir novos conhecimentos de gestão. E uma boa gestão traz redução dos valores das cotas condominiais, valorização do empreendimento e liquidez para aqueles que pretendem colocar a unidade à venda ou para locação”, disse Bernardes. 

Dependência – Hubert Gebara, vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, área responsável pela organização do evento, falou da dependência de mão dupla do cenário político e do mercado imobiliário. Ainda, que os condomínios cresceram mais do que as áreas urbanas em que estão inseridos. “Hoje, os empreendimentos têm de atender a públicos variados e os novos arranjos familiares. Essas mudanças sociais levam a comportamentos diferentes das empresas administradoras e dos síndicos.” 

Gebara mencionou alguns projetos de lei direcionados exclusivamente aos condomínios, como o que pretende regulamentar a profissão do síndico administrador; outro, cuja pretensão é transformar condomínios em empresas; e estabelecer o rateio das despesas condominiais de acordo com o número de unidades, e não pela fração ideal, “que é socialmente justo”, ressaltou o dirigente. 

“Estamos combatendo tudo isso com propostas encaminhadas aos candidatos à Presidência da República e ao Legislativo Federal. Apontamos soluções. O síndico não pode ser responsável por tudo o que acontece no condomínio”, disse Gebara. 

Sustentabilidade – As empresas que não estiverem preparadas para atender os desejos dos consumidores por sustentabilidade nos produtos e serviços estão correndo o sério risco de saírem do mercado. Além desta constatação, Rubens Carmo Elias Filho, presidente da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), falou da necessidade de as administradoras investirem em recursos humanos, recursos ambientais e Responsabilidade Social. Governança corporativa, com adoção do compliance, é medida necessária para as empresas combaterem a corrupção. 

De acordo com Elias Filho, as incorporadoras atenderam as necessidades dos consumidores, e as administradoras têm de entender as novidades e atender esses clientes com excelência. “Isso pede melhores profissionais, que custam caro. Deve-se entender que encantamento e diferencial competitivo farão a diferença”, enfatizou o presidente da AABIC. 

Para ele, o maior desafio das empresas será a contratação do síndico qualificado e preparado para atender os condôminos. “Basicamente, são duas principais dúvidas: como vamos lidar com esse parceiro e se as administradoras poderão fazer a gestão completa do condomínio”, questionou Elias Filho. 

União – O funcionamento da Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI), na qual é coordenador da área de Condomínios, foi explicado por Moacyr Schukster, também presidente do Secovi-RS e Agademi-RS. Para ilustrar o trabalho da CBCSI, o dirigente utilizou um pequeno trecho de um filme de faroeste, que mostra a ação da cavalaria na defesa da caravana atacada por índios. “A Câmara é a cavalaria do setor. Ela congrega esforços para nos defendermos dos ataques.” 

O trabalho das Câmaras é de aconselhar a CNC (Confederação Nacional do Comércio). “Na coordenação de condomínios, buscamos padronizar procedimentos e criar estrutura de custos, para evitar a concorrência desleal”, explicou Schukster. 

Ele disse que os membros da coordenação buscam argumentação para explicar os motivos dos preços oferecidos. “Não se faz administração com preço baixo. A ignorância do custo induz o aviltamento do preço.” 

Além da área de Condomínios, a CBCSI tem coordenações de Incorporação, Indicadores Imobiliários, Nacional do PAR (Programa de Arrendamento Residencial), Desenvolvimento Urbano, de Política, Locação e Grandes Temas da Câmara.

Por fim, Schukster ressaltou a importância de a empresa de administração conhecer o foco do cliente e manter o foco no cliente. “A preocupação coletiva leva ao associativismo, que leva à excelência do trabalho”, encerrou.

O Enacon termina nesta terça-feira, 14/10, e tem patrocínio do Bradesco (Diamante), da Atlas Schindler e Graber Segurança (Ouro), Vivo (Prata), Empresta Capital e Visto Predial (Bronze). Levita Tur é a agência oficial do evento, que tem apoio da AABIC e o SíndicoNet como media partner.