A regional do Secovi-SP no Vale do Paraíba promoveu Encontro de Mercado no dia 14/8, na sede da Câmara Municipal de São José dos Campos. O evento reuniu grande número de empresários e autoridades, que acompanharam as palestras de Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP, sobre as cidades do futuro, e de Mark Turnbull, diretor de Locação do Sindicato, que falou das condições atuais e as perspectivas futuras do mercado de locação.

Coordenado por Flavio Amary, vice-presidente do Interior do Secovi-SP, o evento iniciou com declarações do vereador Shakespeare Carvalho (PRB) acerca dos trabalhos de elaboração da nova lei de zoneamento da cidade de São José dos Campos. “Queremos desenvolver o setor da construção civil”, afirmou o parlamentar, que estava acompanhado pela Presidente da Câmara Municipal da cidade, Amélia Naomi (PT), e dos demais vereadores Renata Paiva (DEM), Rogério Cyborg (PV) e Walter Hayashi (PSB).

O prefeito Carlinhos de Almeida (PT), presente no encontro, disse que a sua equipe de governo está empenhada em retomar a dinâmica de desenvolvimento de São José dos Campos. “Passamos por um longo período de desaquecimento da atividade econômica industrial e da construção civil na nossa região. Depois de identificar as causas, começamos, em 2013, a elaborar uma nova lei de zoneamento para destravar o desenvolvimento e impedir que obras fossem paralisadas por causa de equívocos anteriores”, disse.

Visão – Antes de iniciar sua palestra, Claudio Bernardes elogiou a postura do prefeito Carlinhos de Almeida de pensar o futuro com objetividade. “É bom contar com esse tipo de político.” De acordo com o presidente do Sindicato, os grandes desafios urbanos vão de questões climáticas, globalização da economia, desenvolvimento tecnológico, envelhecimento populacional à insegurança no abastecimento de energia, água e alimentos.

“Não é possível pensar a cidade somente como ocupação geográfica. Ela requer elaborado sistema de fluxo de informações e infraestrutura (água, esgoto). E a sustentabilidade será a base para esse modelo de desenvolvimento”, afirmou Bernardes.

Redução de gastos com energia e água; uso de medidores reversíveis na produção de energia; e priorização dos deslocamentos menos poluentes, por bicicleta e caminhada, serão fundamentais para o desenvolvimento urbano com qualidade. “Em 2050, a população mundial será de, aproximadamente, 10 bilhões de pessoas, das quais 7,5 bilhões nas cidades. No Brasil, o panorama é diferente, porque 85% da população já está concentrada nas cidades, que representam 0,5% da área de todo o País”, esclareceu o presidente do Secovi-SP.

Novas – Na opinião de Bernardes, as mudanças sociais serão tão ou mais importantes que as inovações tecnológicas. Cidades mais densas, edifícios com uso misto, mobilidade, inclusão social são alguns exemplos de medidas a serem adotadas futuramente. As ruas e calçadas deverão ser projetadas como se fossem edifícios. O nó do transporte público terá de ser solucionado. “Investimentos financeiros não bastarão. Temos de pensar em modelos alternativos de transporte. Automóveis serão caros e ineficientes. Carros elétricos serão boas alternativas e o transporte entre as cidades será em cápsulas pressurizadas, a 900 km por hora.”

Os espaços urbanos terão de ser reestruturados, para que o novo conviva com o velho. Viadutos serão transformados em parques suspensos e lineares. Plantas que brilham no escuro, resultado de alteração em seus DNAs, iluminarão as cidades. Sistema de baixo custo de operação com uso da geotermia ajudará a conter o desperdício da água. Os pavimentos serão feitos a base de borracha de pneu e haverá transporte com emissão zero de carbono.

“No futuro, os edifícios serão dinâmicos, com andares independentes, que poderão até mesmo girar para privilegiar a iluminação solar. Teremos mais arte e menos pichação. Haverá fazendas urbanas para a produção de alimentos em alta escala. Por fim, teremos líderes políticos que investirão em saúde, educação, e não haverá corrupção. Não custa nada sonhar”, concluiu Bernardes.

Locação – A formação de novos arranjos familiares, o aumento da capacidade de consumo e de renda da população, mais casamentos e divórcios e o bônus demográfico estão criando nichos para o mercado de locação residencial. “O imóvel é um bem de grande custo para ser adquirido. E o caminho natural daqueles que não têm como comprar é a locação. Há pouco mais de 10 milhões de imóveis alugados hoje no Brasil. E os imóveis com 1 e 2 dormitórios são os mais procurados”, esclareceu Mark Turnbull, diretor de Locação do Secovi-SP.

De acordo com o executivo, faltam incentivos para atrair investidores para o segmento de locação, cuja rentabilidade média de 0,5% ainda é baixa. São José dos Campos, na avaliação de Turnbull, tem muito a investir no mercado de aluguéis de unidades de 2 e 3 dormitórios.