O Secovi-SP realizou na última quarta-feira, 28/10, o VI Encontro de Construtores e Incorporadores, em parceria com o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo). Em uma versão 100% on-line, o evento reuniu representantes de empresas incorporadoras, construtoras e de projetos para debater o tema “O que veio para ficar? – Lições aprendidas com a pandemia”.
A iniciativa foi aberta por Jorge Batlouni Neto, vice-presidente de Tecnologia, Qualidade e Meio Ambiente do SindusCon-SP, que destacou a importância da parceria entre as entidades. “Nós não podemos trabalhar separadamente, não existe construção sem área imobiliária e vice-versa”, declarou. “A gente tem tratado de temas importantes no relacionamento de quem concebe o negócio e de quem constrói, atividades complementares e que muitas vezes tem uma interface muito grande”, completou Carlos Borges, vice-presidente de Tecnologia e Sustentabilidade do Secovi-SP, também presente na abertura do evento.
Na semana em que o setor comemorou os dados divulgados pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) – que registrou em setembro um recorde histórico de R$ 12,9 bilhões na contratação de crédito imobiliário -, o superintendente executivo do Bradesco, Antonio Paulo Marques Barbosa, salientou, durante a transmissão, a importância de mais esse indicador econômico favorável ao setor. “Os dados mostram que temos hoje um mercado mais maduro, com mais conhecimento e qualidade, e isso tem trazido um ritmo importante”, pontuou Barbosa, acrescentando ver um movimento de retomada importante para o setor neste final de ano e início de 2021.
Saulo Suassuna, CEO da Molegolar Habitação Modular, participou do painel “O perfil dos edifícios pós-Covid-19 – Case Pandebuilding” e apresentou os resultados de um estudo a respeito das novas tendências que devem prevalecer, no âmbito da construção e incorporação, mesmo após o término da pandemia. Segundo ele, as tendências detectadas contemplam a criação, nos apartamentos, de áreas de higienização, áreas internas para disposição de sapatos em ambas as entradas, ambiente para home office, áreas de exercícios com redução da sala de estar e jantar, e espaço gourmet com caráter funcional, preferivelmente na varanda.
Já nas áreas comuns, destacam-se o delivery room, um pet place, home offices coletivos, lojinhas de conveniência, implantação de anteparos nas academias, aparelhos para exercícios ao ar livre e salas de saúde e bem-estar. “Há de se observar a importância de as prefeituras estarem abertas às ampliações de espaços, ao invés do engessamento de empreendimentos”, comentou o CEO ao se referir às propostas para se excluir do coeficiente construtivo alguns desses novos ambientes e regularizar o home office como sendo o endereço normal de trabalho.
Contratos – O membro do Conselho Jurídico da Presidência do Secovi-SP, Carlos Del Mar, explicou que uma Medida Provisória de 2001 criou a infraestrutura de chaves públicas brasileiras e, por conta disso, multiplicam-se hoje os contratos com assinaturas eletrônicas e certificações digitais, juridicamente reconhecidos pelo Superior Tribunal de Justiça, sem a necessidade de testemunhas. No caso de registro de imóveis, Del Mar sinalizou que a documentação deve ser assinada com certificado digital e não somente com assinatura eletrônica.
No debate final entre os participantes, o empresário Milton Bigucci Junior reafirmou sua confiança no setor e nas boas perspectivas para 2021. “Com o fortalecimento do crédito imobiliário e o patamar atual de juros, saímos fortalecidos da crise e com boas projeções para o próximo ano”, finalizou.