O Secovi-SP e a Fiabci/Brasil (Federação Internacional das Profissões Imobiliárias) realizaram, em 3/12, a tradicional mesa-redonda “Perspectivas e tendências para o setor imobiliário em 2015″. O evento reuniu empresários do setor para acompanharem análises da economia e do comportamento do mercado imobiliário neste ano e discutir as expectativas para 2015.

A boa notícia para o consumidor é a avaliação de que o próximo ano será positivo para quem quer encontrar imóveis com preços atrativos e negociar descontos. Porém, o comprador não deve esperar quedas substanciais de preços – pelo menos para imóveis novos ou na planta. Já as unidades usadas podem registrar uma oscilação maior.

Durante o evento, o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, comentou que os preços devem se manter estáveis em 2015. “Não devem baixar nem subir, em razão do aumento de custos que as empresas têm para construir”, afirmou.

Os valores devem permanecer acomodados devido ao ritmo de venda de imóveis remanescentes. “O tempo médio para a compra da casa própria aumentou”, disse Sandro Gamba, CEO da Gafisa, durante o evento. Arnaldo Curiati, presidente da Abyara Brokers, disse que o nível de estoque não abre espaço para a alta de preços. “Os compradores estão buscando oportunidades”, declarou.

Para Curiati, a visão do comprador de imóveis sobre descontos mudou, com a onda de ‘feirões’ realizada pelas construtoras. “Não é possível dar desconto de 40% no preço do imóvel. A construtora sai no prejuízo”, disse, ao avaliar que o desconto anunciado por algumas empresas foi “irreal” e teria levado compradores a criar uma falsa expectativa. Quanto a 2015, ele acredita que será melhor que este ano para o mercado imobiliário, porque o cenário está definido. “Pior que a má notícia, é a incerteza.”

De acordo com Claudio Bernardes, as unidades que não são vendidas após o lançamento permanecem com descontos de 10% a 12% sobre o valor pelo qual foram anunciados inicialmente. Mas esse nível de desconto só é válido para poucas unidades em cada empreendimento, como imóveis localizados nos andares mais baixos do prédio. “As empresas têm pouca margem para diminuir preços”, afirmou.

Recursos – “Nesse momento, todos estamos à procura de uma resposta. Porém, caberá a nós, os agentes do mercado (bancos, incorporadoras e construtoras), construí-la”, disse o presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), Octavio de Lazari Júnior. Segundo ele, estão preservados todos os pilares para que o crédito imobiliário possa crescer no País. “Além disso, todos os bancos o elegeram como carteira de trabalho relevante e como prioridade”, acrescentou.

Lazari afirmou que, apesar dos eventos atípicos, a concessão de financiamento imobiliário apresentou bom crescimento. “Para empatar com 2013, basta financiar R$ 16 bilhões.” Informou, ainda, que inadimplência está controlada (1,6%), um dos aspectos que torna a carteira sadia para os bancos.

Em termos de recursos, o dirigente disse que continuarão disponíveis, tanto da poupança quanto de outras fontes, bem como de funding complementar. Disse também que a MP 656/2014 traz novos instrumentos (concentração de informações do imóvel na matrícula e Letra Imobiliária Garantida), que quebram paradigmas e contribuem para estabelecer o arcabouço financeiro.