O desempenho pujante do setor imobiliário em Bauru registrado em 2015, destoando de outras regiões, pode ser explicado em parte por um recente fenômeno registrado na cidade. Verificado há um bom tempo em algumas das principais metrópoles do mundo, aquilo que os especialistas chamam de espraiamento urbano, em Bauru ganhou força a partir de 2011, com o “boom” de lançamentos verticais.
Definido como a ocupação dos espaços entre a região central de uma cidade e suas zonas mais periféricas, ou simplesmente a descentralização dos empreendimentos imobiliários, o espraiamento foi impulsionado por condições facilitadas de financiamento no início da década. Desde então, o bauruense acostumou-se com outra paisagem. Antes restritos basicamente à região Sul, empreendimentos verticais avançaram em outras direções do município.
Uma das explicações do fenômeno foi o lançamento de vários residenciais do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal. A facilidade de acesso ao crédito imobiliário também fez crescer a demanda por empreendimentos de valores mais altos, que passaram a ocupar os espaços “vazios”.
Para o diretor Regional do Secovi-SP em Bauru, Riad Elia Said, o aproveitamento dos vazios urbanos traz uma série de benefícios para a economia local. “Além de dinamizar o mercado imobiliário e gerar riquezas para a cidade, com a contratação de mão de obra, esse fenômeno tem também um importante papel social. Esses novos empreendimentos representam a oportunidade para muitas pessoas morarem mais perto de onde trabalham ou estudam”, pontua.