Com o fim do processo eleitoral, um novo ciclo se inicia. Com a fragilidade deste governo federal, parece que tudo está se antecipando, o que talvez seja positivo, pois o País viveu uma crise sem precedentes.
Sinais de melhora nos fazem acreditar na recuperação e em um futuro melhor. Aliás, basta comparar os principais indicadores econômicos do início de 2016 com os de hoje: inflação, taxa de juros, risco Brasil, bolsa de valores e crescimento econômico.
Precisamos de mais, pois este conjunto ainda não trouxe a quantidade de empregos, de renda e de confiança que precisamos. Não tenho dúvidas, no entanto, que estamos no caminho certo. Daí a importância de criarmos uma onda positiva.
Espero que tenhamos um Congresso responsável e sábio, que entenda a diferença entre fazer oposição e defender o País. Medidas como ajuste fiscal e o fim de privilégios precisam e devem ser votadas, independentemente de cor partidária. O Brasil não terá um futuro se o déficit das contas públicas não for enfrentado com rigor, com apoio e sem aumento da já insuportável carga tributária.
A expectativa dos empresários é crescente, investimentos nacionais estão sendo divulgados e o capital internacional volta a olhar as oportunidades que temos a oferecer em diversas áreas, como agronegócio, infraestrutura, construção, indústria. Os novos governantes foram eleitos com o discurso de incentivo à produção, desburocratização, simplificação de processos e respeito aos empresários.
Temos um alinhamento entre os governos eleitos do nosso Estado e federal, o que deverá resultar, também, em efeitos positivos para o crescimento econômico.
Vivemos os últimos três anos apenas com o bem-sucedido programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, que sempre apresentou bons indicadores. Mas o mercado imobiliário vai muito além, produzindo empreendimentos comerciais, de logística, industriais, shopping centers, hotéis, flats, loteamentos, condomínios residenciais horizontais e verticais de média e alta renda.
Com taxas de juros baixas, inflação sob controle, crédito disponível e uma enorme carência habitacional, o mercado imobiliário também está pronto para crescer, precisando apenas de confiança no futuro.
Os preços, com exceções pontuais, estão estáveis há muito tempo e , em alguns casos, com margens até negativas. Preços de venda, em várias regiões do Brasil, estão até abaixo do valor de produção. Não é a primeira vez que esse cenário acontece em nosso País, e, por outro lado, o que vem depois de períodos como este é um novo ciclo de valorização. É exatamente em momentos como esses que as oportunidades aparecem. A grande dificuldade é encontrar, precisamente, o momento de inflexão.
Os discursos dos eleitos, as equipes que estão sendo formadas no primeiro escalão, a vontade política e a necessidade de o País crescer são aspectos que nos fazem acreditar que estamos vivendo essa inflexão. A onda positiva é importante, pois, sem dúvida, faz acelerar o ritmo de recuperação e a retomada econômica.
A economia se faz de ações concretas, mas também de percepção em relação ao futuro. Se alimentarmos o otimismo, teremos efeitos benéficos. O mercado acionário já detecta os sinais de recuperação. No mercado imobiliário também já é perceptível a volta da procura por imóveis e de fechamento de negócios.
Tenho certeza que, com a concretização das ações econômicas e com essa onda positiva, teremos a necessária retomada econômica. Para isso, precisamos de união. E quanto maior o engajamento, melhor e mais rápida será nossa retomada econômica. Vamos acreditar e trabalhar para isso!
Flavio Amary é presidente do Secovi-SP e reitor da Universidade Secovi