Com a diminuição da captação líquida das cadernetas de poupança, o mercado imobiliário buscou funding alternativos para atender à crescente demanda. Essa foi a tônica das apresentações dos especialistas do painel “Fundings alternativos”, na tarde desta terça-feira, 27/8, na Convenção Secovi-SP, que contou com a participação de Edson Ferrari, da CBRE; Miguel Maia Mickelberg, da Cyrela Brazil; Gabriela Nogueira, do BTG Pactual; Alvaro Rezende, diretor executivo da Fator Asset; e Lucas Drummond, da Opea Securitização. A mediação ficou a cargo de Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
Petrucci abriu as discussões, falando sobre a escassez da poupança e a evolução de outros papéis para o atendimento das demandas do mercado imobiliário. Em seguida, Edson Ferrari, diretor de Investimentos e Gestão de Ativos da CBRE, destacou a importância da captação de recursos para o segmento comercial, informando que os fundos imobiliários são os que proporcionaram o maior volume de transações da empresa. “É interessante observar que esses fundos hoje representam um montante muito grande das transações e não só das transações de compras de tijolo, mas também na captação de recursos para essa modalidade de certificados de recebíveis”, destacou.
Na Cyrela Brazil, a discussão sobre funding divide-se em duas partes, disse Miguel Maia Mickelberg, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa. “Temos o funding financia a aquisição de terrenos e a construção das obras; e o funding para os nossos clientes, com o qual temos uma preocupação muito maior, pois se faltar funding para os nossos clientes, eles não vão ter capacidade financeira para comprar imóveis”, destacou Mickelberg, acrescentando que há uma preocupação sobre a sustentabilidade do funding de poupança, que se acentuou nesse ciclo de juros mais altos.
Gabriela Nogueira, diretora Executiva de Real State do BTG Pactual, também chamou a atenção para a escassez dos recursos da poupança e a relevância do mercado de capitais. “Enquanto a poupança decresce, vemos a evolução do estoque de CRI, como também do patrimônio líquido dos fundos imobiliários, principalmente ao longo do ciclo de 2020 para 2024. “A pandemia, com a queda da Selic, em agosto de 2020, acabou fazendo com que o investidor, pessoa física, fizesse um trade-off entre renda fixa e renda variável, quanto que vou rentilizar colocando na poupança ou indo para o mercado de capitais. Foi aí que surgiram outras possibilidades de fundos imobiliários, além do CRI”, lembrou a especialista.
“A poupança não está acabando. O mercado imobiliário está demandando tanto que novas fontes de funding estão sendo extremamente necessárias”, afirmou Alvaro Rezende, diretor executivo da Fator Asset, mencionando que operações do mercado de capitais, como CCI, LIG e overbone. “Aos poucos, a população em geral e os investidores estão mais confortáveis com esses títulos de investimento, aumentando a representatividade desses funding no nosso mercado.
A Resolução do Conselho Monetário Nacional 5118 foi o tema da apresentação de Lucas Drummond, head de Relações Institucionais da Opea Securitização. Publicada em fevereiro, essa Resolução trouxe novas restrições sobre o lastro da emissão dos CRIs para aumentar a efetividade do mercado e que os recursos captados sejam efetivamente direcionados para o financiamento do setor, preservando as ofertas já distribuídas e com requerimento de registro de distribuição junto à CVM, explicou Drummond, destacando que essa Resolução vem tendo constantes atualizações e, “claramente, foi um movimento do governo para trazer um remédio rápido, pois o mercado é muito inventivo. Então, a resolução do CMN veio como uma espécie de freio de arrumação.”
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