Em live realizada pelo Secovi-SP no dia 4/6, diretores de grandes imobiliárias mostraram como suas empresas estão dando conta de continuar trabalhando durante a crise: por meio da valorização do corretor de imóveis. Tecnologia necessária para trabalhar de casa, cursos de aperfeiçoamento no ambiente on-line e ferramentas que viabilizam a negociação de compra e venda mesmo com isolamento social estão fazendo a diferença.
“Já estávamos estruturados para trabalhar em home office. Em um primeiro momento, sentimos os efeitos da crise mais fortemente, mas depois recuperamos”, disse Álvaro Coelho da Fonseca, presidente da Coelho da Fonseca, imobiliária focada no mercado de luxo. Para a empresa, a crise tem sido uma oportunidade de negócios com imóveis de maior valor agregado. “Notamos procura maior por casas de rua, em condomínio, apartamentos tipo garden e coberturas”, listou, como reflexo do fato de as pessoas passarem a valorizar mais os imóveis.
“Nossa preocupação maior quando começou a crise foi com os corretores associados, dada a dificuldade do fechamento de estandes e imobiliárias. Entendemos, então, que deveríamos apoiá-los ao extremo”, afirmou Marcos Lopes, presidente da Lopes. Uma das formas encontradas foi vitaminar, ainda mais, as campanhas de marketing da empresa. “Fizemos salão de imóveis on-line, um feirão da casa própria focado em Minha Casa, Minha Vida, campanha de imóveis prontos, e as vendas ocorreram.”
Como a empresa já estava em franco processo de transformação digital, essas ações foram implementadas com a eficiência necessária para alcançar os resultados. “As ferramentas digitais são simples de usar. Mas o processo de transformação digital em si é lento e caro, e já estávamos nos preparando para isso”, disse.
Claudio Hermolin, presidente da Abyara, ressaltou que o acesso à universidade corporativa da companhia cresceu 450% no período da pandemia. “Nossos corretores aproveitaram esse período para se aperfeiçoar. Além disso, nossos treinamentos on-line também tiveram crescimento, da ordem de 300%”, disse.
Ainda segundo o executivo, a empresa realizou convenção com mais de 800 corretores e, ainda, fez dois lançamentos imobiliários virtuais. “Esses empreendimentos tiveram mais de 50% das unidades vendidas. Sem maquete física, sem decorado para exibição. Isso mostra a capacidade dos corretores de vencer as adversidades”, comemorou. Hermolin também afirmou que a empresa de financiamentos do grupo, passou a empenhar mais esforços na oferta de home equity.
Elbio Fernández Mera, presidente do Conselho de Administração da Fernandez Mera, estimou que, em julho e agosto, com taxas de juros baixas e crédito imobiliário farto, os negócios devem voltar à normalidade para as empresas. Particularmente na Fernandez Mera, disse que o trabalho da empresa em abril foi intensificar aproximação com corretores. “Em maio, conseguimos um certo equilíbrio e aumentar o número de consultas, e o faturamento foi quatro vezes maior em relação abril”, afirmou, emendando que a procura por imóveis de maior valor agregado cresceu significativamente.