Daniela Ferrari, diretora executiva de Habitação Econômica do Secovi-SP

Programas como MCMV Cidades já são realidade em nove estados, permitindo atendimento às famílias com renda mensal de até R$ 2.850,00 na áreas urbanas

Nos últimos dez anos, o financiamento médio com recursos do FGTS para famílias de baixa renda caiu de 78% para 72% do valor do imóvel, elevando a necessidade de entrada e poupança que muitas famílias não possuem. Essa redução compromete o acesso ao primeiro imóvel, especialmente para aqueles enquadrados na Faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Nesse contexto, os programas estaduais de complemento de subsídio emergem como instrumentos essenciais, ajudando a preencher essa lacuna financeira.

Dados da Rodada de Negócios da Habitação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), de 2025, apontam que, no ano passado, mais de 51 mil famílias foram beneficiadas por R$ 865 milhões em subsídios adicionais ao FGTS, com programas estaduais representando até 49% dos repasses do Faixa 1 nas regiões que contam com o programa.

Essas ações complementares têm sido decisivas para ampliar o alcance das políticas habitacionais, garantindo que famílias de baixa renda possam concretizar o sonho da casa própria.

Entretanto, para manter e ampliar esses resultados, é fundamental fortalecer a continuidade e a previsibilidade desses programas, enfrentando desafios como atrasos nos repasses e dificuldades na gestão orçamentária. Assim, a integração de esforços federais e estaduais permanece vital para promover a inclusão social e o desenvolvimento urbano sustentável.

Ver coluna em PDF