Por iniciativa da vice-presidência de Tecnologia e Qualidade do Secovi-SP, os associados tiveram acesso à última pesquisa Energy Efficiency Indicator, realizada pelo Institute for Building Efficiency, da Johnson Controls. A palestra foi ministrada na sede do Sindicato por Clay Nesler, vice-presidente Global de Energia e Sustentabilidade da divisão de Building Efficiency da companhia.

Realizada anualmente com executivos, proprietários de edifícios e tomadores de decisões responsáveis pelo gerenciamento de energia e investimentos relativos a energia para setores públicos e privados, a pesquisa identifica prioridades, práticas, planos de investimentos e os critérios de avaliação financeira para entender os projetos implementados, fatores-chaves e as principais barreiras. Em sua quinta edição, a pesquisa atingiu o número recorde de participantes: 4.000 respostas, de 13 países (incluindo o Brasil), em oito idiomas.

“Das questões de sustentabilidade, eficiência energética e economia de água são as mais importantes”, afirma Carlos Borges, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do Sindicato. “Existe muita maquiagem verde hoje já que todos querem se vender como sustentáveis, por isso é importante e necessário falar do assunto.”

No Brasil, a pesquisa foi realizada em parceria com sete associações e organizações presentes no País: ABESCO, ABRAFAC, ABRAVA, ASBRAV, CoreNet Global,  Green Building Council Brasil e Inmetro.

No País, 73% dos entrevistados apresentaram alto nível de preocupação com o assunto contra 70% da percepção global. Em relação à tomada de decisão relacionada a eficiência  energética, para os brasileiros, o primeiro ponto a ser considerado é  a redução de gastos, seguido por segurança em energia crescente e em terceiro a exposição da marca da empresa como responsável no assunto.

Já 25% dos entrevistados informaram desconhecer o programa nacional de conservação de energia (Inmetro). Um dado positivo refere-se à certificação verde: 16% das novas edificações planejam obter ao menos uma. Sem recorrer a certificação, 39% dos entrevistados afirmaram incorporar elementos green em suas empresas.

A pesquisa está disponível para consulta no site www.institutebe.com.

Norma de Desempenho e eficiência energética

Carlos Borges acredita que o Brasil inclina-se a acompanhar o que o resto do mundo vem fazendo, como tendência em termos de legislação e metas de redução de energia elétrica, independente de qualquer que seja o empreendimento – alto padrão ou popular. “Estamos em uma fase incipiente. A sustentabilidade é encarada como algo que está começando, ainda não está incorporada ao processo de produção. Temos um longo caminho pela frente.”

O vice-presidente do Secovi-SP lembra que eficiência energética tem tudo a ver com a Norma de Desempenho, em discussão na ABNT e acompanhada de perto pelo Sindicato. Segundo ele, dentro de desempenho térmico, um dos itens mais polêmicos é a obrigatoriedade de sombreamento de fachadas – colocar toldo, persiana, vegetação etc. “Quando o sol bate diretamente no vidro, gera desconforto térmico, gastando-se muito com ar-condicionado. “Há uma cultura, principalmente do Rio de Janeiro para cima, de entregar os imóveis só com vidro, sem sombreamento. Isto precisa mudar.”