Prover infraestrutura exige recursos que o setor produtivo pode gerar

Períodos de campanha eleitoral são marcados por promessas. Dentre elas, a de levar infraestrutura a regiões desprovidas. Fácil de falar, difícil de realizar. Além de uma série de entraves, incluindo os relacionados a licenciamento ambiental, a questão dos recursos é determinante.

Se considerarmos apenas as necessidades do município de São Paulo, o montante necessário para implementar equipamentos urbanos, incluindo mobilidade, com certeza ultrapassa muitos bilhões de reais. Portanto, quem faz promessas tem duas alternativas: esperar por milagres ou buscar recursos na capacidade financeira do setor produtivo.

Claudio Bernardes, ex-presidente do Secovi-SP, há anos se dedica à análise das questões urbanas e seus instrumentos. Respeitado por seus conhecimentos técnicos, atua constantemente em discussões de leis e planos diretores estratégicos, apresentando estudos e subsídios técnicos em nome da sociedade civil organizada.

É dele estudo que mostra como o mercado imobiliário pode contribuir para a cidade, haja vista que, em termos urbanos, é o seu maior operador.

Essa contribuição foi parcialmente quantifica da com base em seis instrumentos urbanísticos que a prefeitura municipal foi impedida de executar, em 2021, com a participação do mercado, por conta da judicialização.

O resultado total na economia, efetivados esses instrumentos (Operações Urbanas Água Branca e Bairros do Tamanduateí, e os PIUs Arco Jurubatuba, Arco Pinheiros, Vila Leopoldina-Villa Lobos e Setor Central), seria da ordem de R$ 455 bilhões. 

Estimado um prazo de 20 anos para sua efetivação, os efeitos anualizados derivariam em valor equivalente a 1,58% do PIB brasileiro.

O mercado imobiliário formal tem como auxiliar diretamente na produção da infraestrutura urbana. Basta que o deixem trabalhar pela cidade e pelas pessoas.

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