Armando Lourenzo

Na última terça-feira, 23/6, a Live Secovi-SP promovida pela vice-presidência do Interior abordou o tema sucessão na empresa familiar, e contou com a participação do professor da FIA (Fundação Instituto de Administração) e da Casa do Saber, Armando Lourenzo. Com larga experiência na área, o docente destacou que 74% das empresas privadas no mundo são familiares. No Brasil, o número também é expressivo, no entanto, estima-se que somente 33% das empresas conseguem fazer a troca de comando da primeira para a segunda geração. Já a continuidade do processo é bem mais difícil. “É quase uma raridade encontrar uma empresa na quarta geração aqui no Brasil”, completou. 

Lourenzo explicou que 85% das empresas familiares no País têm conflito tanto entre pais e filhos quanto entre irmãos. Mas, com práticas adequadas, segundo ele, a taxa de sucesso nas operações de sucessão em empresa familiar pode subir dos 33% para 68%. As causas que mais desafiam as empresas são as centralizações dos fundadores e a preparação inadequada dos sucessores. “É um erro pensar que só uma faculdade de primeira linha e um MBA preparam o sucessor para a missão”.

O professor salientou que a profissionalização na gestão de empresa familiar não implica, necessariamente, a retirada de pais ou filhos do comando. Mas existem fatores direcionadores para que a transição ocorra de forma satisfatória, como: pensamento estratégico dos líderes, profissionalização da sociedade – através de acordo familiar ou conselho societário ou de família -, planejamento sucessório e administração de conflitos.

O ideal, de acordo com ele, é que o filho(a) inicie sua jornada por volta dos 16 anos. “Isso seria um padrão, porém, o importante mesmo não é a idade, mas a socialização dos filhos com a empresa desde criança”, pontuou, já que muitos herdeiros associam a atividade empresarial como a responsável pelo distanciamento entre eles e os pais. 

Muitos filhos também não querem trabalhar na empresa da família pois veem constantemente os pais se queixando dos problemas e criam um afastamento em relação a empresa. “Por isso, a socialização das crianças é importante, mas também não significa que os filhos não devem viver seus próprios sonhos profissionais”, comentou. 

Armando Lourenzo destacou que no caso do empresário que não possui herdeiros para comandar a companhia, é possível contratar um CEO para a função ou mesmo vender a empresa quando pensar em se aposentar.

Profissionalização – Quanto ao planejamento da sucessão, o docente reforçou a vantagem de que o processo seja feito em vida, com a participação do fundador e dos sucessores, para que a estratégia esteja bem alinhada entre as partes e os objetivos de modernização estejam bem definidos. “A gente vive uma verdadeira transformação digital nas empresas e parte dos fundadores ainda não estão no mundo digital, pois pensam e criam soluções analógicas para o mundo de hoje”, acrescentou. 

Também participaram da transmissão o vice-presidente do Interior, Frederico Marcondes César; o diretor da Imobiliária Redentora e Loteadora de São José do Rio Preto, Thiago Ribeiro; o diretor administrativo da Construtora Reflora de São José dos Campos, Juliano Leite Dantas; e o gerente de projetos da Construtora Marcondes Cesar (SJC), Henrique Ramos Marcondes Cesar.

Acesse aqui e assista a transmissão na íntegra.