A análise de Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, e Edson Kitamura, gerente do Departamento de Economia

O que esperar para o setor imobiliário da cidade de São Paulo após quase dois anos de pandemia? Antes de responder, é preciso rever o comportamento do mercado nos últimos anos.

Em 2016, tivemos o pior ano da série histórica da Pesquisa Secovi-SP, refletindo o recuo do PIB nos anos de 2015 e 2016, além dos distratos e do processo de impeachment. Também naquele ano foi sancionada a Lei de Zoneamento de São Paulo, com inúmeras restrições urbanísticas, ameniza[1]das por um decreto municipal que beneficiou o desenvolvimento de empreendimentos de HIS (Habitação de Interesse Social).

A partir de 2017, o mercado imobiliário voltou a crescer e, em 2019, registrou números que superaram os recordes históricos da pesquisa. Em 2020, apesar da pandemia, o mercado surpreendeu, com 59.978 unidades lançadas e 51.417 vendidas, em virtude, principalmente, da queda da Selic e da mudança de hábitos das famílias, que passaram grande parte do ano em home office.

Até outubro de 2021, os números apontavam para outro recorde anual, mesmo com as incertezas provocadas pela alta dos juros e da inflação. Do ponto de vista econômico, este ano será diferente. Além das eleições, a taxa Selic deve ficar entre 11% e 12%, encarecendo os financia[1]mentos imobiliários. E a inflação acima de 10%, pelo menos no primeiro semestre, vai diminuir a renda das famílias e impor aumento dos preços dos imóveis.

A previsão para 2022 é que o mercado imobiliário repita os bons desempenhos registrados nos úl[1]timos três anos. Mas, é essencial ampliar as oportunidades de empreender, ofertar habitações e gerar empregos. Ou seja, haver menos restrições urbanísticas e em um ambiente de negócios que ofereça segurança jurídica. A economia agradece.

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