No mês de setembro, foram comercializadas na cidade de São Paulo 4.055 unidades residenciais novas, conforme apurado pela Pesquisa do Mercado Imobiliário do Secovi-SP. Apesar de ter sido 7,9% inferior ao total das vendas de agosto (4.405 unidades), o resultado superou em 108,7% a comercialização de setembro de 2018 (1.943 unidades).
Essas 4.055 unidades comercializadas ficaram acima da média histórica do mês (2.737 unidades) e contribuíram para o surpreendente desempenho que o mercado imobiliário da Capital vem apresentando desde junho.
No acumulado de 12 meses (outubro de 2018 a setembro de 2019), as 42.351 unidades vendidas representaram um aumento de 46,6% em relação ao período anterior (outubro de 2017 a setembro 2018), quando 28.886 unidades foram negociadas.
Lançamentos – Conforme dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade de São Paulo registrou o lançamento de 4.026 unidades residenciais, volume 33,6% abaixo do apurado em agosto (6.064 unidades) e 54,5% acima do total de setembro do ano passado (2.605 unidades).
No período de 12 meses (outubro de 2018 a setembro de 2019), os lançamentos na capital paulista somaram 52.824 unidades, 51,4% acima das 34.895 unidades lançadas no mesmo período anterior (outubro de 2017 a setembro de 2018).
Conclusão – “No acumulado de janeiro a setembro, as vendas de 30,5 mil imóveis e os lançamentos de 32 mil unidades aumentaram 68,8% e 96,1%, respectivamente, em relação ao acumulado do mesmo período de 2018. É um recorde percebido pela Pesquisa do Mercado Imobiliário”, assinala Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
Segundo ele, foram diversos os destaques do mês em termos de tipologia, demonstrando que o bom desempenho não está atrelado a apenas um segmento. Imóveis de 1 dormitório predominaram em lançamentos; unidades de 2 dormitórios lideraram em vendas e oferta, enquanto imóveis de 3 dormitórios tiveram melhor VSO. Imóveis de 4 ou mais dormitórios destacaram-se em VGV.
O ambiente econômico também apresenta indicadores positivos em termos de PIB (Produto Interno Bruto), geração de emprego, inflação e taxa de juros. O setor da construção civil destaca-se nesse cenário com crescimento de 1,9% no PIB no segundo trimestre (em relação ao primeiro trimestre do ano) e na geração de 117 mil novos postos de trabalhos formais.
Vale ressaltar que, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), a construção civil é um setor com grande potencial de geração de emprego e renda: para cada R$ 1 milhão investido, são gerados 7,64 empregos diretos e 11,4 empregos indiretos.
Apesar de seu potencial e do momento positivo que atravessa, o mercado imobiliário enfrenta vários desafios. “A dificuldade na negociação de terrenos e a demora na calibragem na Lei de Zoneamento da cidade estão entre os fatores que podem travar o setor e inviabilizar, em breve, a produção imobiliária, com efeitos negativos na geração de empregos e no atendimento da demanda por moradias em São Paulo”, ressalta Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos da entidade.
A insegurança jurídica e os riscos permanentes de mudanças de interpretação das leis vigentes afetam os empreendedores imobiliários de todo o País. “Como o setor tem um ciclo de produção de longo prazo, precisa de previsibilidade e de leis claras para poder investir e operar com segurança”, diz Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP.
Outro aspecto preocupante destacado pelos especialistas do Sindicato da Habitação são os preços dos imóveis praticados em certas regiões da Capital. “Eles não cobrem nem mesmo o valor de reposição do produto imobiliário para o incorporador continuar empreendendo. Isso significa que, descontados todos os custos de produção, não se consegue comprar um novo terreno para se iniciar uma nova incorporação imobiliária”, destaca Kallas.
Para Basilio Jafet, São Paulo está perdendo em modernidade urbana em virtude, principalmente, das restrições legais impostas ao mercado imobiliário. “A cidade está ficando para trás na escala de produção imobiliária mundial, quando comparada com cidades que trabalham com índices de aproveitamento do terreno de até 40 vezes da área total. Com o reaquecimento econômico esperado para os próximos anos, em razão das mudanças na Previdência, das demais reformas que estão a caminho e com as privatizações, será inequívoca a necessidade de inserir a capital paulista entre as maiores e mais modernas metrópoles do mundo”, conclui.
Oferta – A capital paulista encerrou setembro com a oferta de 25.563 unidades disponíveis para venda. A quantidade de imóveis ofertados cresceu 1,0% em relação a agosto (25.321 unidades) e 53,0% em comparação a setembro de 2018 (16.707 unidades). Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (outubro de 2016 a setembro de 2019).
Confira a íntegra da Pesquisa do Mercado Imobiliário do Secovi-SP, com dados da Região Metropolitana de São Paulo.