Capital encerrou janeiro com a oferta de 45.592 unidades para venda

A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, apurou em janeiro deste ano a comercialização de 3.362 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. O resultado foi 61,8% inferior às vendas de dezembro de 2020 (8.799 unidades), mas ficou 23,9% acima das 2.713 unidades comercializadas em janeiro do ano passado.

Ainda de acordo com a Pesquisa Secovi-SP, a Capital registrou no primeiro mês do ano o lançamento de 1.794 unidades residenciais, volume 92,1% inferior ao apurado em dezembro (22.584 unidades) e 1.072,5% acima do total de janeiro de 2020 (153 unidades).

A capital paulista encerrou janeiro com a oferta de 45.592 unidades disponíveis para venda. A quantidade de imóveis ofertados ficou 2,9% abaixo da registrada no mês anterior (46.948 unidades) e 23,9% acima do volume de janeiro de 2020 (36.785 unidades). Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (fevereiro de 2018 a janeiro de 2021).

Segmentação – Os imóveis de 2 dormitórios destacaram-se no mês de janeiro em quase todos os indicadores: vendas (1.841 unidades), oferta (25.918 unidades), lançamentos (1.611 unidades), maior índice Valor Global de Vendas (VGV de R$ 513 milhões) e maior Valor Global da Oferta (VGO de R$ 7,5 bilhões). O maior indicador de Vendas Sobre Oferta (VSO 7,8%) foi registrado nos imóveis com 3 dormitórios, resultado das 338 unidades comercializadas em relação aos 4.306 imóveis ofertados.

Imóveis na faixa de 30 m² e 45 m² de área útil lideraram em quase todos os indicadores: vendas (1.809 unidades), oferta (24.236 unidades), VGV (R$ 410,7 milhões), VGO (R$ 5,5 bilhões) e lançamentos (1.578 unidades). O maior VSO (8,9%) foi dos imóveis na faixa de 86 m² a 130 m².

Por faixa de preço, os imóveis com valor de até R$ 240 mil lideraram com os melhores indicadores de vendas (1.626 unidades), de oferta final (23.681 unidades) e de lançamentos (1.521 unidades). Imóveis na faixa de R$ 240 mil a R$ 500 mil registraram o maior VSO (8,1%). Os imóveis com preços superiores a R$ 1,5 milhão destacaram-se com maior VGV (R$ 367,8 milhões) e maior VGO (R$ 6,5 bilhões).

Em janeiro deste ano, 1.646 unidades vendidas e 1.377 unidades lançadas foram enquadradas como econômicas. A oferta totalizou 24.264 unidades disponíveis para venda, com VSO de 6,4%.

No segmento de mercado de médio e alto padrão, a pesquisa identificou 1.716 unidades vendidas, 417 unidades lançadas, oferta final de 21.328 unidades e VSO de 7,4%.

Análise – A Pesquisa do Mercado Imobiliário de janeiro apresentou comportamento característico para o primeiro mês do ano, com redução no movimento nos estandes de vendas em relação a dezembro de 2020, mesmo sem sofrer influência das férias escolares. Devido às restrições ocasionadas pela pandemia, as incorporadoras se concentraram nas vendas de empreendimentos lançados no final de 2020.

No primeiro mês deste ano, 3.362 unidades foram comercializadas – redução de 61,8% em comparação às 8.799 unidades vendidas em dezembro de 2020. Na comparação com janeiro do ano passado (2.713 unidades), houve crescimento de 23,9%. “Essa alta nas vendas em relação ao mesmo período de 2020 é um sinal positivo, pois demonstra que o mercado continua com bom desempenho”, analisa Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

As vendas acumuladas em 12 meses (fevereiro de 2020 a janeiro de 2021) totalizaram 52.066 unidades – crescimento de 3,5% em relação ao período de fevereiro de 2019 a janeiro de 2020, quando foram comercializadas 50.315 unidades.

Continuam se destacando em termos de vendas os imóveis de 2 dormitórios, na faixa de área útil entre 30 m² e 45 m², com preços de até R$ 240 mil.

Em relação aos lançamentos, segundo dados apurados pelo Secovi-SP, foram 1.794 unidades lançadas na cidade de São Paulo. O resultado representa queda de 92,1% comparado aos 22.584 imóveis lançados em dezembro de 2020, mas alta de 1.072,5% em relação às 153 unidades lançadas em janeiro do ano passado.

No mês, houve também redução na oferta final. A quantidade de vendas (3.362 unidades) foi superior ao número de lançamentos (1.794 unidades), encerrando janeiro com 45.592 unidades disponíveis, o equivalente a 11 meses de vendas, considerando a média de 4.339 unidades comercializadas nos últimos 12 meses.

A manutenção do desempenho da oferta e da demanda de imóveis novos na cidade de São Paulo depende de vários fatores, na avaliação de Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos da entidade. “O Plano Diretor Estratégico precisa de correções estruturais para tirar travas que impedem um maior atendimento à demanda, principalmente da classe média, que está sendo empurrada para regiões mais afastadas da região central, dotada de melhor infraestrutura”, analisa.

Outro fator de grande preocupação do setor destacado por Kallas é a contínua elevação dos preços dos insumos das obras, resultando em aumento futuro nos preços de todos os tipos de imóveis. “Isto dificultará a venda, principalmente dos imóveis econômicos, uma vez que a renda desses compradores está achatada”, esclarece o vice-presidente.

Para o presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet, há outras medidas necessárias para a recuperação macroeconômica. “Existem questões mais amplas, como vacinação em massa da população, discussão e aprovação das reformas Administrativa e Tributária, aprovação da PEC 186, que são iniciativas indispensáveis para efetiva retomada da economia, com geração de empregos”, conclui o dirigente.

Confira a Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário completa.