Levantamento realizado pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação), e apresentado durante Encontro do Mercado Imobiliário no último dia 3/12, mostra que o número de lançamentos de imóveis residenciais em Campinas passou de 1.579 unidades em setembro de 2013 para 3.771 imóveis em julho deste ano. Considerando o período entre agosto de 2011 e o primeiro semestre deste ano, foram lançadas 8.166 unidades e vendidas 5.526 do total.
Ao longo dos últimos 36 meses, as unidades de 2 dormitórios tiveram melhor desempenho: 3.354 lançadas e 2.349 vendidas. Na sequência, surgem os imóveis de 3 dormitórios (3.201 unidades lançadas e 1.931 vendidas). Em termos de participação, os imóveis de 2 dormitórios totalizaram 41% das unidades lançadas e 43% das vendidas. Já as unidades de 3 dormitórios responderam por 39% dos lançamentos e 35% das vendas.
“Cerca de 80% das empresas que apostavam no mercado da região já estão ativas depois da crise, o que fortalece a tese da recuperação do setor. Campinas é uma das cidades com desempenho do mercado imobiliário acima da média nacional, graças aos lançamentos imobiliários que estavam represados”, apontou Cláudio Bernardes, presidente do Secovi-SP, durante o evento.
Crescimento – Enquanto a cidade de São Paulo registrou queda de 40% nas vendas e de 25% nos lançamentos, em Campinas, as empresas do setor alcançaram aumento de 15% em termos de unidades lançadas. “A baixa taxa de desemprego, que gera segurança na contratação de financiamentos imobiliários, e as condições demográficas de crescimento populacional são fatores que vão continuar impulsionando o setor imobiliário. O mercado de Campinas tem de aproveitar esse momento para equilibrar a oferta e a demanda, evitando a flutuação de preço”, acrescentou Bernardes.
O vice-presidente do Interior e diretor da Regional Sorocaba do Secovi-SP, Flavio Amary, destacou que os imóveis de 3 dormitórios em Campinas atingiram uma participação semelhante ao de 2 dormitórios, enquanto em outros mercados os imóveis do segmento dominam com quase 70% dos lançamentos. “É um aspecto que demonstra o alto poder de renda do consumidor de Campinas, um padrão diferente da maioria dos outros mercados do Interior”, comparou.
O estudo mostrou que os imóveis populares tiveram forte presença na região do Campo Grande, enquanto os produtos de alto padrão se concentraram no bairro do Cambuí e em seu entorno. Outras áreas da cidade que apresentaram retomada do mercado foram o lado Norte, Barão Geraldo e a região da Ponte Preta. “Cambuí, no momento, está sendo visto como a ‘jóia da coroa’, porque concentra toda a infraestrutura desejada pelos moradores e deve continuar assim em 2015”, destaca Fuad Jorge Cury, diretor da Regional Secovi em Campinas, justificando a procura por imóveis no bairro.
Perfil – Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o município de Campinas tem registrado bons índices de crescimento. Segundo levantamento do Instituto, o crescimento real médio do Produto Interno Bruto de Campinas (PIB) foi de 3% entre 2000 e 2011, já descontada a inflação do período. Além disso, em 10 anos, houve um acréscimo de 65 mil domicílios na região, correspondente a cerca de 6,5 mil moradias por ano.
As informações, apresentadas durante o Encontro do Mercado Imobiliário, mostram ainda outros dados do perfil da população campineira e de interesse ao setor. Aproximadamente 33% da população tem idade entre 25 e 44 anos – faixa etária que concentra o maior volume de comercialização de imóveis na área. O número de casamentos por ano tem aumentado na cidade. Em 2000, eram registrados cerca de 5,5 mil matrimônios por ano, enquanto em 2012 esse número subiu para 7,4 mil.
Ao analisar a taxa média de crescimento comparativo em Campinas, observa-se que, entre 2000 a 2010, houve acréscimo de 13% em número de novos habitantes e de 23% em termos de novas residências. Já entre 2002 e 2012, houve elevação de 88% na quantidade de novos veículos na cidade.
“Não há menor dúvida de que existe demanda na cidade para novos lançamentos residenciais, que existem recursos abundantes e que se manterá a procura de imóveis para financiamento imobiliário em 2015”, afirma o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, responsável pela apresentação dos dados.
Minha Casa, Minha Vida – A continuidade do programa habitacional do governo federal Minha Casa, Minha Vida, com a produção de 3 milhões de unidades entre 2015 e 2018, foi discutida durante o Encontro de Mercado. Segundo Celso Petrucci, 350 mil unidades devem ser contratadas no próximo ano. “O programa deverá impulsionar o mercado na hora da crise, não da maneira como ocorreu em 2009, mas com uma expectativa de ajuda muito importante”, avaliou.
A perspectiva é de que a Região Metropolitana de Campinas também deverá ser impactada positivamente pelo programa. “O grande desafio, agora, nas metrópoles é o valor muito elevado dos terrenos, o que dificulta a produção de imóveis dentro do programa habitacional”, reforçou o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes.
Confira a íntegra da apresentação feita pelo economista-chefe Celso Petrucci.