Campinas registra recuperação no período de agosto/2019 a julho/2020

De acordo com o Estudo do Mercado Imobiliário de Campinas, realizado pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) em parceria com a Brain Bureau de Inteligência Corporativa, foram lançados 2.972 imóveis entre agosto de 2019 e julho de 2020. O resultado foi 33,5% inferior ao levantamento passado, quando foram apontadas 4.467 unidades lançadas (agosto de 2018 a julho de 2019). No acumulado de 12 meses (agosto de 2019 a julho de 2020), as 3.160 unidades comercializadas representaram uma redução de 17,4% em relação ao intervalo anterior (agosto de 2018 a julho de 2019), quando foram negociadas 3.827 unidades. Apesar da retração observada, o montante negociado no período foi superior ao esperado. Entre agosto de 2019 e julho de 2020, o VGV (Valor Global de Vendas) totalizou R$ 1.256,5 milhão, volume 14,2% acima do registrado no levantamento passado, quando atingiu a marca de R$ 1.099,9 milhão.

Os dados foram apresentados na noite desta terça-feira, 17/11, durante live com  a participação do vice-presidente do Interior do Secovi-SP, Frederico Marcondes Cesar, da diretora Regional em Campinas, Kelma Camargo, e do economista-chefe da entidade, Celso Petrucci.

Em termos de estoque, Campinas encerrou julho de 2020 com a oferta final de 3.390 unidades disponíveis para venda. O volume representa um crescimento de 10,9% em relação às 3.056 unidades não comercializadas no período anterior. Esta oferta é formada por imóveis na planta, em construção e prontos lançados nos últimos 36 meses (agosto de 2017 a julho de 2020). Nos 12 meses, o indicador VSO (Vendas Sobre Oferta) – que apura a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas – ficou em 48,2%, representando uma redução de 13,3% em relação ao índice de 55,6% apontado no estudo anterior.

Os imóveis de 2 dormitórios econômicos destacaram-se em quase todos os indicadores, entre agosto de 2019 e julho de 2020, registrando a maior quantidade de lançamentos (1.667 unidades), de vendas (1.780 unidades) e de oferta final (2.225 unidades). Os imóveis de 3 dormitórios tiveram o melhor desempenho em termos de VGV (R$ 417,5 milhões). Já os imóveis de 3 dormitórios econômico tiveram o melhor desempenho de comercialização, com VSO de 100%, seguidos dos imóveis de 4 dormitórios, com VSO de 63,1%.

Cenário – Kelma Camargo disse que o mercado vinha num ritmo de crescimento muito bom no ano passado, quando chegou a atingir um aumento de 92% nas vendas e de 29,7% nos lançamentos. Com o adiamento de lançamentos para o segundo semestre deste ano, aliado ao fechamento de estandes de vendas por conta da pandemia, muitos contratos foram postergados. “Esse é um reflexo claro dos efeitos do novo coronavírus no mercado imobiliário da cidade”, diz. Segundo ela, a demanda continua existindo e, em grande parte dos casos, a compra foi apenas adiada, como é possível observar neste momento de retomada do setor, após o período mais agudo da crise.

O vice-presidente Frederico Marcondes ressaltou que, em virtude da quarentena, a divulgação dos estudos realizados pelo Secovi-SP está acontecendo agora, mas a maioria não contempla dados deste ano. Campinas é exceção, já que o levantamento considerou os meses mais impactados pela pandemia.

“Para os que possuem condições de adquirir um imóvel, para moradia ou investimento, este é um momento propício, pois as baixas taxas de juros e a ampla oferta em linhas de crédito imobiliário atingiram patamares muito interessantes”, analisou. A dirigente cobrou maior agilidade no processo de aprovação de projetos, medida fundamental para aproveitar o positivo desempenho das vendas de imóveis neste segundo semestre. “O segmento econômico, em especial, vive grande fase atualmente. Isso demanda uma aceleração no processo de aprovação de novos empreendimentos na cidade, de forma que não falte produto para o consumidor”, alertou.  Aprovações mais ágeis têm sido demandadas em diversos municípios, e não só pelo setor imobiliário, emendou Celso Petrucci.

Período de 36 meses – Considerando-se todo o período do estudo em Campinas, de agosto de 2017 a julho de 2020, os lançamentos totalizaram 10.131 imóveis residenciais, dos quais 6.741 unidades foram comercializadas – ou seja, 66,8% dos imóveis ofertados ao longo desses 36 meses pesquisados. As vendas atingiram um montante de R$ 2.535 milhões. O produto que mais se sobressaiu no período, em lançamentos e vendas, foi o de imóveis de 2 dormitórios econômicos, com metragem de até 65 m² de área útil e preço inferior a R$ 230 mil.

Panorama e perspectivas – Celso Petrucci fez uma exposição sobre o mercado imobiliário nacional e da capital paulista, contextualizando a apresentação com dados macroeconômicos que influenciam o setor.

Reforçou a relevante participação do segmento enquadrado nos parâmetros do programa Minha Casa, Minha Vida, que se manteve aquecido durante a quarentena e continua de destacando em lançamentos e vendas. “Devemos apoiar o programa Verde e Amarelo, que substituiu o MCMV, pois poderá contribuir para alavancar nosso mercado e também oferecer acesso à moradia para boa parcela da população.”

Petrucci acrescentou que o mercado vem atendendo todas as faixas de renda e que, ainda assim, a demanda está em constante aumento, seja para moradia ou locação, investimento ou reserva de valores.

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