A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), apurou em setembro deste ano a comercialização de 5.147 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. O resultado foi 18,9% inferior ao do mês anterior (6.350 unidades). Em relação a setembro do ano passado, o crescimento foi de 19,2%.
No acumulado de 12 meses (outubro de 2019 a setembro de 2020), as 49.715 unidades comercializadas representaram um aumento de 12,7% em relação ao período anterior (outubro de 2018 a setembro 2019), quando foram negociadas 44.106 unidades.
De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade de São Paulo registrou, em setembro, o lançamento de 6.238 unidades residenciais, volume 22,4% inferior ao apurado em agosto (8.039 unidades) e 40,4% acima do total de setembro de 2019 (4.444 unidades).
No acumulado de 12 meses (outubro de 2019 a setembro de 2020), os lançamentos na capital paulista somaram 56.646 unidades, 1,3% acima das 55.927 unidades lançadas no mesmo período do ano anterior (outubro de 2018 a setembro de 2019).
Análise – A pesquisa do Secovi-SP do mês de setembro apresentou novamente bons resultados, encerrando o terceiro trimestre do ano com uma consistente recuperação do setor.
As 5.147 unidades comercializadas representaram a maior quantidade de vendas da série histórica para o mês de setembro. Porém, mesmo com esse resultado positivo, houve redução de 18,9% em relação a agosto. “Essa queda está relacionada à redução de lançamentos”, diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
Do total negociado no mês, 64% das unidades estavam na chamada “fase de lançamento”. “O melhor resultado de vendas foi percebido nos empreendimentos lançados nos últimos seis meses. Esse fato demonstra a aderência ao produto colocado à venda mais recentemente”, destaca Petrucci.
Os imóveis econômicos participaram com 42% das vendas do mês, em termos de unidades. No entanto, em VGV (Valor Global de Vendas), a participação foi de 14,4%.
Petrucci destaca que as vendas acumuladas de 32.735 unidades no período de janeiro a setembro deste ano superaram em 1,5% o acumulado de 32.244 unidades do mesmo período de 2019.
“Comparativamente, essas mais de 32 mil unidades comercializadas nos primeiros nove meses do ano superam a média anual de imóveis vendidos na cidade de São Paulo, que corresponde a 29 mil unidades, considerando os resultados de 2004 a 2019”, explica Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.
Considerando o lançamento de 6.238 unidades em setembro, houve redução de 22,4% quando comparadas às 8.039 unidades lançadas em agosto. Mas ficou 40,4% acima das 4.444 unidades lançadas no nono mês de 2019.
O total lançado foi recorde para um mês de setembro, e o segundo melhor resultado deste ano, ficando atrás somente de agosto, que registrou números excepcionais.
Para Kallas, o bom desempenho do mercado deve-se ao tipo de produto lançado, combinado a outros fatores importantes. “Os resultados positivos de lançamentos e vendas estão ligados à Selic extremamente baixa, de 2%, à facilidade de financiamento para atender uma demanda reprimida e também porque compradores e investidores perceberam que estamos em um dos melhores momentos para se comprar um imóvel ou investir nesse segmento.”
De acordo com o departamento de Economia do Secovi, diante do comportamento do mercado imobiliário da Capital, a previsão é encerrar o ano com 40 mil a 45 mil unidades lançadas e com um número próximo às unidades vendidas em 2019. “Mesmo em meio a uma pandemia histórica, que influenciou a economia e o comportamento da humanidade, os números de 2020 nos deixam atrás somente dos resultados de 2019, ano em que foram lançadas 65 mil unidades e comercializadas 49 mil unidades”, ressalta Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP.
Segundo ele, são positivas as perspectivas para o mercado na cidade de São Paulo, já que está prevista para 2021 a revisão do Plano Diretor Estratégico, abrindo a possibilidade de promover os necessários ajustes na legislação atual, o que permitirá aos empreendedores atuarem com mais flexibilidade, e atender um número maior de cidadãos.
“O Secovi-SP e cinco entidades elaboraram uma série de propostas, que foram enviadas aos candidatos à Prefeitura. A expectativa é que o prefeito eleito incorpore nossas sugestões ao plano de governo e que, assim, possamos contribuir para estimular o bom desenvolvimento urbano”, conclui Jafet.
Confira a Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário completa. Ela traz, também, informações da Região Metropolitana de São Paulo.