Rossano Nonino, diretor de Fundos e Securitização Imobiliária do Secovi-SP SP e diretor executivo da Ourinvest Real Estate |
Com balanço positivo em 2021, FIIs podem ter um ponto ideal de entrada em 2022
Apesar da segunda onda da pandemia e do início do processo de aumento das taxas básicas de juros, o mercado brasileiro de fundos de investimento imobiliário (FIIs) fechou 2021 com um balanço positivo, com R$ 24,2 bilhões em novas ofertas públicas, patamar parecido com os dois últimos anos (R$ 24,6 bilhões/2020 e R$ 21,4 bilhões/2019).
Ao final do ano passado, o mercado totalizou R$ 128 bilhões de valor de mercado e 399 fundos listados em bolsa. Na comparação com 2020, o número de fundos cresceu 33% e o valor total de mercado 8%.
Renda mensal e isenção de IR contribuíram para ultrapassar a marca de 1,5 milhão de investidores. As pessoas físicas responderam por 73% do volume total investido e 65% do volume negociado, o que demonstra a grande popularidade alcançada por este importante instrumento nos últimos anos.
Os FIIs que investem em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) se destacaram em 2021 e, pela primeira vez, representaram o maior segmento do mercado de FIIs listados em bolsa e, dentre os que investem diretamente em imóveis, o setor logístico foi o de maior representatividade no ano.
Para 2022, o panorama é mais desafiador para os FIIs. Juros altos afugentam parte dos investidores de renda variável para renda fixa. Estima-se que o volume total de novas captações, este ano, seja menos do que a metade da média dos últimos três anos, e mais concentrado em fundos de CRIs (que têm papéis atrelados à inflação ou ao CDI).
Entretanto, neste 1º semestre de 2022, a conjunção de inflação na máxima dos últimos 12 meses (o que aumenta o valor de aluguéis e, consequentemente, dos rendimentos dos FIIs) e taxa de juros elevada (o que diminui o valor de mercado desses fundos) indica que estamos próximos do ponto ideal de entrada, nesse mercado, de investidores em busca de bons rendimentos no curto prazo e perspectivas de ganhos de capital no médio e longo prazos.