A Norma Brasileira de Desempenho de Edifícios (ABNT NBR 15.575) foi tema de um dos painéis da Convenção Secovi de terça-feira (20/9). “A Norma é uma grande oportunidade para um salto na qualidade da construção civil”, afirmou em sua palestra o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do Sindicato, Carlos Borges.
Com a entrada do documento em vigor, previsto para março de 2012, os sistemas que compõem os edifícios, como as instalações hidrossanitárias, estruturas, pisos, fachadas e coberturas, terão de atender obrigatoriamente a um nível de desempenho mínimo ao longo de sua vida útil, com objetivo de oferecer um melhor produto para o consumidor.
Em sua palestra, Carlos Borges explicou que a Norma trata de aspectos de segurança, habitabilidade e sustentabilidade em cada um dos sistemas contemplados no documento. Segundo o vice-presidente, desempenho e sustentabilidade andam de mãos dadas. “O ciclo de vida de um produto, inclusive unidade residencial, passa pela sustentabilidade. As exigências do Processo Aqua (certificação verde para empreendimentos imobiliários da Fundação Vanzolini) são semelhantes aos requisitos básicos da NBR 15.575”, informou Borges.
Embora mais conhecida pelos aspectos polêmicos, como desempenho acústico e térmico, a Norma estabelece vida útil mínima para cada sistema, item extremamente importante na construção civil. Pela Norma, estruturas e fundações, por exemplo, devem ter vida útil de 40 anos, e sistemas hidrossanitários, de 10 anos. “Calcula-se que 80% do custo de uma edificação refiram-se a manutenção e operação. Apenas 20% são gastos na construção”, disse Borges.
“Apesar de encontrarmos resistência no setor em aceitar as mudanças propostas pela Norma, seja por temor de aumento de custo, seja pela dificuldade em atender os requisitos, o mercado e os consumidores só têm a ganhar em qualidade e no desenvolvimento de novas tecnologias que aprimoram a construção civil”, falou o vice-presidente.