O que o Vale do Silício tem que o Vale do Anhangabaú não tem? foi o tema abordado pela consultora e especialista em Gestão de Pessoas, Vania Ferrari, em palestra na Convenção Secovi 2016, nesta segunda-feira, 29/8, na sede do Sindicato.

Vania contou sobre sua viagem ao Vale do Silício, na Califórnia (Estados Unidos), que resultou no livro lançado este ano “Crônicas do Bizarro Mundinho Corporativo”. “Entrevistei profissionais brasileiros que trabalham em empresas como Google, Facebook, Netflix, entre outras; mapeei quais são os conhecimentos, as habilidades e atitudes destes profissionais e transformei em um conteúdo divertido e dinâmico”, revelou. 

Ser feliz no trabalho – Segundo a consultora, uma das crenças compartilhadas com o pessoal do Vale do Silício é a de que é possível trabalhar e ser feliz no mesmo lugar. “Tudo o que é feito no Vale do Silício é aplicável na organização e no nosso dia a dia”, afirmou Vania, contando um pouco da história deste local. 

Como sabemos que estamos trabalhando direito?, indagou Vania.Somente com indicadores. É fundamental trabalhar com indicadores baseados em fatos e dados.”

Para Vania, trabalhar não é limpar a caixa de e-mail. É resolver problemas. “Ficar reclamando sobre as coisas que não dão certo não é trabalho. Isso está bem longe do que fazem os caras do Vale do Silício. Tem muita coisa para resolver no mundo. O que a sua empresa pode fazer para resolver os problemas?”, provocou. “Não há limites para sermos os melhores profissionais do século 21 e transformar o negócio em algo lucrativo e bacana.”

Geração flux – Para Vania, a transformação é diária e causa cansaço e confusão, o que é normal. “Bem-vindo à geração flux, disse, explicando que Flux vem de fluxo. O excessivo fluxo de informação que a nossa geração é capaz de absorver. “Independente da sua idade, a pessoa pode ser – ou não – flux. Essa pessoa compreende a realidade, olha para o caos e pensa em como tirar proveito disto”, esclareceu, citando o exemplo de uma empresa que auxilia profissionais de outras organizações a liberarem seu potencial de crescimento. 

Na opinião de Vania, dentro desta realidade, empresas que mantêm departamentos estão ultrapassadas. “Agora existem grupos de trabalho multidisciplinares e cada um dos profisionais da sua empresa tem um talento diferente. Não podemos categorizar o profissional pelo crachá ou cartão de visitas.”

Definir prioridades, entender o que é curadoria, ter foco e ação, conseguir resultados e, paralelamente, se divertir foram algumas dicas de Vania. “O nosso propósito é ser feliz. E cada uma sabe o que fazer para alcançar esse objetivo. A gente não quer só dinheiro. A gente quer dinheiro, diversão e arte.” 

Vania destacou o poder de o profissional estar no agora. “Vemos um monte de gente que está em um lugar e pensando em outra coisa”, disse, acrescentando que o profissional do século 21 precisa estar inteiro: de corpo e de alma. Se você está numa reunião, esteja na reunião”, aconselhou. 

Atitutes – A consultora destacou a importância da humildade; de a pessoa vestir-se como ela é; evitar americanismos e linguagens técnicas desnecessárias; ouvir com atenção; pedir desculpas e não permissão; dar empoderamento ao colaborador, que pode até ter medo mas não preguiça; fazer o que gosta; comprar brigar e se questionar sempre; melhorar o que já é bom; fazer o melhor para sua empresa e depois para o seu cliente; ignorar os limites; pedir ajuda e ajudar mais. 

“Você não é o seu logotipo. Você é um ser humano. As pessoas trabalham por você e vão embora por você”, disse, revelando que 85% dos profissionais pedem demissão do líder e não da marca. E a empresa perde talento e a imagem da sua marca no mercado. “É importante entender que a vida é efêmera e ser gentil com as pessoas faz diferença no mundo. Se as pessoas gostam de você, elas te ajudam. Se não gostam, usam o processo. Aos meus amigos, tudo. Aos meus inimigos, a lei. Então, ser gentil e humilde faz diferença no mundo corporativo.”

Ao indagar sobre como fazer tudo isso, Vania disse que é preciso atitude. “Tem gente dançando bonito e tem gente passando vergonha dentro das organizações. Nós temos as mesmas condições que o pessoal do Vale do Silício. Com atitude, altivez e busca de conhecimentos, teremos as mesmas oportunidades”, finalizou. 

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