ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO
Quarta-feira, 30 de abril de 2014.
Marco Aurélio *
Neste dia 1º de maio atos encabeçados por centrais sindicais marcarão o Dia do Trabalho no País. É tempo de refletir sobre as lutas, direitos adquiridos e demandas que estão por vir para a classe trabalhadora. Sob diversos aspectos, é possível dizer que a situação do trabalhador brasileiro melhorou. Basta olhar para os dados socioeconômicos do país.
Nos últimos anos, os governos do Partido dos Trabalhadores, sob o comando de Lula e Dilma Rousseff, lideraram mudanças profundas no país, com a retirada de 36 milhões de brasileiros da linha de pobreza.
Alguns números ajudam a ilustrar as diferenças que marcaram os governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e de Lula (2003-2012). Na era FHC, a variação percentual real do PIB foi de 1,1% (2003). No Brasil de Lula chegou a 5,1%, em 2008. O salário mínimo em 2002 era de R$ 200 (equivalente a US$ 81), enquanto em 2010 era de R$ 510 (US$ 288). Com FHC, havia 28,7 milhões de empregos formais (2002) e com Lula 43,1 milhões de empregos formais.
Uma pesquisa sobre a nova classe média aponta que de 2001 a 2011 houve um aumento de 33% na renda per capita. A formalização do emprego e a melhoria salarial também ajudam a explicar a ascensão desse grupo. Em 2011, para o conjunto das famílias, a renda do trabalho por adulto era 20% maior que em 2001. Nos últimos dez anos, o número de postos de trabalho aumentou de 76 milhões para 92 milhões e a taxa de desemprego reduziu a seu mínimo histórico.
Em ano de eleições, dificilmente a sucessão presidencial será deixada de lado nesse 1º de maio. Por isso, é importante estar atento ao jogo de palavras e números para confundir as pessoas.
Atenção deve ser dada também aos projetos dos pré-candidatos. Em recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que faz parte da equipe de pré-campanha presidencial do senador Aécio Neves, afirmou que o salário mínimo está muito alto.
Para milhares de assalariados, não é nada bom saber que um aspirante a ministro da Fazenda planeja mudar um dos componentes que permitiram o aumento do poder de compra, garantindo o acesso a bens de consumo tão distantes da realidade até a década passada.
“Não queremos voltar ao passado, quando o movimento sindical foi colocado numa trincheira, apenas para não perder direitos. Estamos num processo de disputa da sociedade brasileira”, afirmou o secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT) João Felício. Ele lembra do projeto do governo FHC de flexibilização da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) para permitir que acordos coletivos prevalecessem sobre a legislação. Na Câmara dos Deputados, cujo presidente à época (2002) era Aécio, o projeto foi aprovado, mas parou no Senado e depois foi arquivado no governo Lula.
Boa razão para a avaliação de projetos estar na pauta das entidades sindicais e dos trabalhadores em geral.
O que mais anima ao ver os números da economia é saber, como comprovam pesquisas, que desde 2003 não só aumentou a proporção de trabalhadores com carteira assinada como isso ocorreu dentro de um processo de inclusão e justiça social.
E a luta do trabalhador não para, como a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, que tramita no Congresso Nacional. Trabalhador quer ser valorizado e ter uma vida digna, e por isso não podemos correr o risco de ver avanços socioeconômicos implementados pelo PT serem interrompidos. O Brasil precisa avançar ainda mais. Que venham mais conquistas.
* Marco Aurélio é deputado estadual pelo PT
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