O diretor Regional do Secovi-SP* em São José do Rio Preto reflete sobre as oportunidades para o setor, especialmente em cidades médias, diante de um novo cenário demográfico e da transformação das estruturas familiares

* Thiago Ribeiro
Dados do último Censo Demográfico indicam um aumento expressivo de 57,4% no total de pessoas com 65 anos ou mais entre 2010 e 2022. Atualmente, esse público representa 10,9% da população brasileira, movimenta quase R$ 2 trilhões por ano em consumo e tende a crescer ainda mais nas próximas décadas. Trata-se de uma mudança profunda e estrutural no perfil etário do País, com impactos diretos sobre diversos setores da economia, especialmente o mercado imobiliário.
Esse novo cenário demográfico, somado à transformação das estruturas familiares e à maior longevidade da população, abre oportunidades em várias frentes. Mas exige dos empreendedores uma resposta à altura: projetos bem planejados, soluções inovadoras e foco na qualidade de vida. A demanda é crescente e tende a ser recorrente, o que torna o segmento atrativo não apenas para a construção de imóveis residenciais, mas também para o desenvolvimento de produtos, serviços e modelos de negócio voltados ao público sênior.
Com o envelhecimento populacional acelerado e a ascensão das cidades médias como novos polos de qualidade de vida, o mercado imobiliário vive uma transformação silenciosa, porém, estratégica. A busca por moradias confortáveis, acessíveis, seguras e próximas de serviços essenciais está em alta. Nesse contexto, municípios como São José do Rio Preto vêm se destacando como destinos atrativos para a terceira idade, em razão de sua infraestrutura consolidada nas áreas de saúde, segurança, mobilidade urbana, lazer e bem-estar.
Além de polo regional de saúde, Rio Preto também se firma como referência educacional, com instituições públicas e privadas que atraem estudantes de diversas regiões do País. Essa confluência de perfis – terceira idade e juventude universitária – fortalece o dinamismo do mercado imobiliário local. Há espaço para a produção, comercialização e locação de diferentes tipologias de moradia, desde apartamentos compactos e bem localizados para jovens até unidades térreas ou adaptadas para idosos, com acessibilidade e recursos de apoio à autonomia.
A conjunção entre o envelhecimento demográfico, a presença universitária e a valorização das cidades médias revelam um momento decisivo para o setor imobiliário de Rio Preto e região. Não se trata apenas de adaptar o espaço físico das moradias, mas de promover um ambiente urbano mais inclusivo. Calçadas acessíveis, transporte público adaptado, zonas de convivência e proximidade a equipamentos de saúde, cultura e lazer são elementos fundamentais – não só para idosos, mas para toda a população.
Moradias pensadas para a longevidade e para a vida acadêmica já não são apenas tendências ou nichos promissores: representam uma resposta concreta à diversidade das demandas habitacionais atuais. Contribuem para reduzir o déficit habitacional, fomentar a economia local e criar diferenciais competitivos em um mercado em constante evolução. Em cidades como São José do Rio Preto, esse futuro já está sendo construído, com planejamento, visão e oportunidades para todos.
Artigo publicado no Diário da Região – São José do Rio Preto (coluna Radar Econômico) em 25/6/2025