O debate em torno dos cenários futuros para o setor turístico-hoteleiro norteou o segundo painel do primeiro dia da Convenção Secovi 2020, iniciativa que acontece de forma 100% digital nesta edição. Entre os convidados, Lucas Felício Fiuza, secretário nacional de Atração de Investimentos, Parcerias e Concessões do Ministério do Turismo, destacou a importância do Decreto Federal Nº 10.349/2020, que dispõe sobre a qualificação da política de atração de investimentos privados para o setor de turismo.
Segundo ele, tem sido um grande desafio o trabalho de resgate da credibilidade do setor para o mercado investidor externo e, a partir dessa publicação, já foi possível obter alguns avanços. “Essa política tem como objetivo fundamental a busca de alternativas regulatórias que fomentem e promovam a atração de investimentos, além de conferir segurança jurídica e analisar os impactos socioeconômicos dessas medidas. Estamos buscando agora identificar os gargalos e verificar onde podemos agir para facilitar a vida do investidor”, disse Fiuza, que, acrescentou, ainda, que o Brasil se tornou a maior reserva de mercado turístico do mundo. “O País esteve fechado para investimentos externos na área durante muitos anos e agora estamos com a missão de abrir o mercado e colocar o turismo brasileiro no lugar que merece.”
Mediador do painel, o vice-presidente de Assuntos Turísticos e Imobiliários do Secovi-SP e presidente da Adit Brasil (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), Caio Calfat, comentou a expectativa do setor em relação à iniciativa do governo federal. “Torcemos para que dê bons resultados. Há 15 anos tivemos um período excelente de entrada de capital estrangeiro em nosso turismo, e precisamos retomar essa política de novos investimentos”, afirmou.
Perspectivas – “Não é que o Brasil seja um país sem oportunidades, nós perdemos muitas oportunidades.” Com esta frase, o secretário estadual de Turismo de São Paulo, Vinicius Lummertz, iniciou sua participação no painel. Para ele, essa situação é histórica. “Chegamos a ser o quinto País mais rico do mundo na época de Dom Pedro II, na fase Imperial, passamos por diversos ciclos econômicos desde lá, e temos de mudar essa questão.” Lummertz destacou também o “mega” potencial de negócios e a grande reserva de mercado turístico que o Brasil representa, como grandes vantagens para a Nação, mas que precisam ser trabalhadas com consistência. “Essa descontinuidade é aterrorizante”, afirmou ao se referir a outros momentos históricos em que o potencial turístico do País no exterior parecia ganhar força, mas que depois voltava ao ponto de partida.
O presidente do Wet’n Wild, Alain Baldacci, pontuou os impactos da crise provocada pelo novo coronavírus ao setor de parques aquáticos e temáticos. Na pandemia, de acordo com ele, vimos a tecnologia substituir diversas atividades humanas, mas nos casos dos parques a presença física é imprescindível. “Estamos atravessando esse período com muita dificuldade, mas já temos exemplos de retorno na Ásia e nos EUA”, salientou. No Brasil, completou, “tivemos a reabertura do Beach Park (Ceará), do Beto Carrero (SC), do Hot Park (GO) e algumas atrações turísticas do Rio de Janeiro”. Baldacci enfatizou que a segurança faz parte do DNA dos parques, assim como ocorre nas companhias aéreas. “Não faz sentido oferecer lazer sem segurança”, disse, e acrescentou que todos os protocolos internacionais de prevenção da doença já foram seguidos para a liberação do Wet’n Wild, aguardando apenas a autorização do governo estadual.
A Convenção Secovi 2020 é uma realização do Secovi-SP e da Fiabci-Brasil, e conta com o apoio institucional da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).
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