Em abril de 2012 entrou em vigor a resolução 482 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que estabelece as regras da Microgeração Distribuída de Energia. Para tratar do tema, a regional Sorocaba do Secovi-SP, promoveu em 17/9 a palestra “Economia de energia com célula voltaica”, ministrada pelo engenheiro Paulo Fernando Betschart.
Segundo o palestrante, a norma criou o Sistema de Compensação de Energia, que permite ao consumidor instalar pequenos geradores em sua unidade consumidora e trocar energia com a distribuidora local. “A regra é válida para geradores que utilizem fontes de energia limpa, como energia solar ou eólica, por exemplo. Um medidor registra a quantidade de energia gerada pela residência e o excedente é enviado para a rede e convertido em créditos, que viram desconto na conta de luz”, explica.
Para aderir é necessário elaborar e apresentar um projeto à distribuidora. Se aprovado, o consumidor deve arcar com um novo medidor que verifica a quantidade de energia que entra e que sai, além do custo dos painéis solares.
Betschart lembra que esse sistema é benéfico para toda cadeia energética brasileira por se tratar de energia renovável. “A geração é descentralizada, ou seja, a energia é produzida no mesmo ponto onde é consumida, reduzindo assim os custos de geração, transmissão e distribuição. Além disso, o sistema é benéfico ao meio ambiente pois não há nenhuma emissão de CO2 para gerar essa energia”, destaca.
Conforme explica o palestrante, a norma permite uma potência instalada de até 1 MW por unidade consumidora, de modo que para os condomínios, uma boa opção é fazer a cobertura da garagem com as placas voltaicas. “Essas placas têm vida útil de 25 anos e são feitas de material resistente capaz de suportar condições extremas de clima, como chuva de granizo e até furacão”, diz.
De acordo com Betschart, o investimento para instalar o sistema em uma residência que consome 250 KwH por mês é de aproximadamente R$ 14 mil, e o retorno do investimento varia de seis a dez anos, dependendo a incidência solar e do preço da energia. “É possível projetar um sistema, de acordo com o perfil do cliente, para que o mesmo tenha uma redução de até 70% na conta de energia e essa redução pode ser repassada aos moradores do condomínio”, comenta.
Para a diretora de Condomínios da Regional Sorocaba do Secovi-SP, Cleusa Maria Bersi, o tema abordado é bastante representativo para os condomínios. “Normalmente, o gasto com energia elétrica é a segunda maior despesa de um condomínio, logo após a folha de pagamento. O Secovi-SP está constantemente buscando trazer soluções inovadoras para os condomínios e um sistema como esse que pode trazer uma economia representativa é bastante positivo”, enfatiza.