Com uma epidemia que já atinge quase 38 mil pessoas na cidade, Sorocaba está em alerta máximo contra a dengue. O número de pessoas que já contraíram a doença corresponde a quase 6% da população local, de cerca de 640 mil habitantes, e onze pessoas já morreram nesse ano.
Em virtude desta grave situação, a Regional Sorocaba do Secovi promoveu no dia 27/3 a palestra “Dengue – Ações e Medidas nos condomínios”, reunindo administradores de condomínios, síndicos e subsíndicos de condomínios horizontais e verticais da cidade.
Ministrada por Fabiano Demétrio Zequeto, biólogo formado pela PUC-Sorocaba e integrante da equipe da Divisão de Zoonoses da cidade, a apresentação abordou, entre outros temas, como fazer vistorias em unidades vazias dentro de condomínios, quais riscos esses imóveis oferecem aos vizinhos e quais os tipos de plantas que trazem o risco de acúmulo de água e larvas do mosquito transmissor da dengue.
Como o Aedes aegypti prolifera-se dentro ou nas proximidades de habitações, os recipientes onde se acumula água limpam, como vasos de plantas, pneus velhos e cisternas, devem ser verificados diariamente e essa rotina pode fazer parte das ações de prevenção e extermínio das larvas do mosquito dentro do condomínio.
“Sanitários de unidades desocupadas e dentro do próprio condomínio que estão em desuso devem ser vistoriadas semanalmente, o mesmo acontecendo com calhas, canos, lonas e quaisquer lugares que podem acumular água, mesmo que em pequenas quantidades. O cuidado deve fazer parte de uma rotina, mesmo em tempos de escassez de chuva. A limpeza e desinfecção devem ser detalhadas e frequentes”, alertou o biólogo da Divisão de Zoonoses de Sorocaba.
Peixes na piscina
Outro tema abordado durante a palestra foi como cuidar de piscinas, fontes e espelhos d’água para que não se tornem criadouros dos mosquitos da dengue. “A solução é simples: colocar nesses locais peixes como o Guarú, que normalmente comem rações vendidas em lojas de produtos veterinários, mas também comem larvas de insetos, mantendo esses locais livres das larvas do Aedes Egypt”, afirma o especialista, que alerta para a colocação de telas nos canos para evitar que os peixes sejam sugados no sistema de água de piscinas e fontes.
A colocação de telas em portas e janelas, procedimento adotado em muitos países, a pulverização de pesticidas, a erradicação de plantas aquáticas e em que momentos acionar a Zoonoses também foram assuntos discutidos pelo palestrante, que apresentou ainda o quadro atual da dengue em Sorocaba, quais as áreas com maior incidência de casos, os sintomas da doença, formas de transmissão e a biologia do mosquito, que tem assustado os moradores da cidade.
Para a diretora da área de Condomínios do Secovi em Sorocaba, Cleusa Maria Bersi, a palestra esclareceu não apenas dúvidas básicas sobre o contágio e disseminação da doença, mas como um condomínio ou síndico deve proceder quando um morador não permitir a vistoria ou a limpeza de calhas e áreas de possíveis criadouros.
“Os síndicos e administradores aprenderam nessa palestra mais sobre a doença e em que casos devem acionar a Zoonoses e a Prefeitura para realizar vistorias dentro dos condomínios. Esses procedimentos são essenciais para manter os condomínios e seus moradores saudáveis e livres da dengue”, concluiu a diretora.