Na manhã do dia 31/3, o Secovi-SP realizou uma live com o médico infectologista Esper Georges Kallás, que é também professor titular do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP.
O médico explicou que o coronavírus está presente há muitos anos entre as populações do mundo, mas há três novas formas que se mostraram muito agressivas e causaram epidemias recentes. O SARS-Cov1, de 2002, o MERS-Cov, de 2012, e o SARS-Cov2, responsável pela pandemia atual e que causa a COVID-19.
Kallás falou do surgimento do vírus, em morcegos, que infectaram os animais Pangolim, característicos da Ásia. “Falo sobre essas curiosidades, para deixar claro que não se trata de uma arma biológica, um vírus produzido em laboratório”, ressaltou.
A doença foi classificada como pandemia, pela OMS (Organização Mundial de Saúde), em 11 de março, porque houve disseminação mundial do coronavírus. E o infectologista apresentou um gráfico com a curva de crescimento entre a COVID-19 e a Gripe Suína (H1N1), destacando a grande diferença entre ambas.
Febre, tosse e cansaço são os principais sintomas da doença. “Infelizmente, as pessoas com doenças graves permanecem, em média, 15 dias na UTI, com o uso de ventilação mecânica.”
Kallás falou sobre as diferenças dos testes existentes, sendo que alguns têm se mostrado ineficientes na detecção da doença.
Destacou que a COVID-19 acomete pessoas mais velhas, e esse é um dos graves aspectos da doença. “Temos de cuidar dessas pessoas e protegê-las durante a pandemia”, recomendou.
Pessoas com doenças crônicas também são mais sensíveis aos riscos da COVID-19. “Quem suspeita que está infectado, deve ficar atento ao sétimo e oitavo dias, porque é quando aumenta a falta de ar.” Nesse caso, deve-se procurar ajuda médica de urgência.
Em número de leitos, o Brasil numericamente está melhor que a Itália e a Espanha. O problema, contudo, está na distribuição desses leitos pelo País. “A doença terá contornos diferentes por aqui. E não se iludam, porque a carga da doença será muito grande.”
Ele recomendou ampliar a limpeza das superfícies, maçanetas de portas, armários, lavar as mãos, aumentar a higiene e manter o distanciamento social.
O especialista falou do trabalho de atendimento do Hospital das Clinicas, da Faculdade de Medicina da USP, onde ele atua. “O HC é referência primária para receber os casos da COVID-19”, disse.
Sobre a eficácia do isolamento social, Kallás falou das diferentes correntes que analisam o assunto.
“Trouxemos um dos maiores infectologistas do Brasil para elucidar aspectos dessa doença, que tem afetado radicalmente as vidas pessoais e profissionais de todos nós”, ressaltou o presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet.
Pela clareza e o volume de informações, a apresentação de Kallás merece ser assistida. Confira o conteúdo, porque alguma das dúvidas apresentadas e esclarecidas pode ser a mesma que a sua.