Em recente entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o ex-ministro do Ambiente da França e coordenador da Rio+20, Brice Lalonde, criticou a falta de imaginação dos países para produzir um documento que ponha o planeta no rumo da economia verde. Reclamou e acabou por perguntar: “Quem é o Adam Smith da economia verde?” Um forte candidato ao posto, o economista indiano Pavan Sukhdev não está reescrevendo a Riqueza das Nações mas tem dado uma contribuição importante para uma nova maneira de conceber a economia verde. Pavan Sukhdev estará no Brasil para ministrar a palestra magna do simpósio Unep-SBCI (Unep, em inglês, ou Pnuma, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e SBCI, Sustainable Buildings and Climate Initiative) sobre construção sustentável, que ocorre no dia 13 de junho, no Sesc-Pinheiros, em São Paulo, antes de seguir para a Rio+20.
Pavan Sukhdev vem para dar palestras sobre as possibilidades de transição para um sistema econômico sustentável e avaliar os prejuízos causados pela destruição do meio ambiente. Enquanto trabalhava no Deutsche Bank, em 2007, Sukhdev coordenou um estudo hoje conhecido como TEEB, a sigla em inglês para Teoria Econômica dos Ecossistemas e da Biodiversidade. CEO da Gist, uma empresa de consultoria ambiental para empresas e governos, Sukhdev apregoa o fim da invisibilidade econômica do meio ambiente. “Não se trata de colocar um preço sobre o valor da natureza, até porque a abelha não passa um recibo quando produz o mel, mas ampliar a consciência dos agentes econômicos para o custo dos impactos sobre o capital natural e social”, explica Sukhdev.
Muitos críticos da TEEB consideram antiético atribuir um valor econômico aos bens da natureza. Mas para Sukhdev a invisibilidade econômica do meio ambiente precisa entrar na pauta internacional da discussão porque a pobreza está conectada à destruição da natureza. “Em verdade nós estamos monetizando a natureza só que da pior maneira possível. Por causa da invisibilidade econômica do meio ambiente, nós estamos atribuindo um valor igual a zero à natureza”, argumenta o economista. Para ele, a destruição da natureza e o fato de que muitas comunidades extraem a sobrevivência direto do meio ambiente explicam porque algumas populações sofrem com essa invisibilidade e passam a ser excluídas.
Para alguns setores, a invisibilidade econômica do meio ambiente pode servir de base para a discussão de um política tecnológica para reduzir o impacto ambiental da construção civil no meio ambiente. Para o setor da construção civil, a mensagem é clara: o avanço da análise do ciclo de vida dos produtos e sistemas empregados em obras, a crescente preocupação dos empreendedores com as normas de desempenho e critérios sustentáveis que incentivem a criação de ambientes construídos mais confortáveis e mais saudáveis pode receber a contribuição da teoria econômica que reconhece o valor da preservação.
Tendo como tema a “Eficiência no Uso de Recursos e Economia Verde: Oportunidades para Edifícios e Cidades Sustentáveis”, o simpósio Unep-SBCI receberá palestrantes de diferentes partes do mundo para abordar temas relacionados ao setor de construção. A organização brasileira do simpósio, uma iniciativa conjunta com o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), o Sindicato da Habitação (Secovi-SP), o Ministério das Cidades, a Secretaria da Habitação do Governo do Estado de São Paulo, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente (SVMA), conta com apoio institucional do Sesc-SP e apoio local da Viação Metropolitana.
Reunião Anual da Unep-SBCI (United Nations Environment Programme-Sustainable Buildings and Climate Initiative)
tema: Eficiência no Uso de Recursos e Economia Verde: Oportunidades para Edifícios e Cidades Sustentáveis
site para inscrição com a grade dos painéis: http://www.unepsbci2012.com.br
data: dia 13 de junho de 2012, quarta-feira
cadastramento: 8h30
horário: das 9h às 18h30
local: Sesc Pinheiros, São Paulo
endereço: rua Paes Leme, 195
telefone: 11 3095-9400
estacionamento: com manobrista e vagas limitadas para veículos, motos e bicicletas; preço: R$ 6,00
aberto ao público