Câmara Brasileira da Indústria da Construção propôs ao governo a redução do imposto sobre a importação do aço
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou um levantamento com construtoras de todo o País para verificar a real situação do problema da escassez de insumos. Entre as 206 empresas consultadas, 84% disseram que há desabastecimento de aço em suas regiões.
A CBIC também perguntou às empresas quais materiais estão com o prazo de entrega maior que o habitual. Para 82,9% delas, a resposta foi o aço. Questionadas sobre o prazo médio de entrega das usinas em suas regiões, 39,3% das empresas responderam “entre 30 e 60 dias” e 25,7% responderam “entre 60 e 90 dias”.
Dia 23/3, durante reunião no Ministério da Economia com representantes da cadeia produtiva do aço e entidades representativas dos principais compradores do País, a CBIC propôs ao governo a redução do imposto sobre a importação do aço para tentar resolver o problema do desabastecimento.
“Precisamos de um choque de oferta para restabelecer o equilíbrio entre a oferta e a demanda. Nossa proposta é a redução imediata do imposto de importação”, disse José Carlos Martins, presidente da entidade.
A CBIC apresentou ao secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, os resultados de sua pesquisa com empresários mostrando a percepção deles em relação ao desabastecimento.
Para Martins, enquanto a oferta e a demanda não forem normalizadas não será possível estabilizar preços. “Quando a construtora tenta comprar da siderúrgica e não consegue, vai na distribuidora e se depara com um valor muito alto”, disse.
O desabastecimento e a insegurança com relação aos custos de vários materiais podem prejudicar a atividade da construção, que no início do ano projetava crescer 4% em 2021 e gerar 200 mil novas vagas de empregos.
Secovi-SP apoia as ações da CBIC, entidade da qual é associada. Na avaliação de seu vice-presidente de Tecnologia e Sustentabilidade, Carlos Borges, se não houver desoneração do imposto de importação, assim como dos tributos federais sobre cimento e aço, é possível que muitas obras sejam inviabilizadas em todo o Brasil. “Inclusive os empreendimentos do programa Casa Verde e Amarela, que existe para atender as famílias de mais baixa renda”, destaca.
Borges diz, ainda, que é preciso estabilizar os preços dos insumos, para que as empresas da construção civil e imobiliária trabalhem sem sobressaltos. “As empresas necessitam do mínimo de previsibilidade para elaborar os orçamentos de obras futuras. O setor trabalha com prazos largos e a insegurança impede a realização de negócios e o atendimento à demanda por habitação, que no Brasil é enorme”, conclui o vice-presidente do Secovi-SP.