Em live realizada no dia 2 de abril, a vice-presidência de Intermediação Imobiliária e Marketing do Secovi-SP apresentou, em primeira mão, pesquisa sobre os impactos imediatos que a pandemia do novo coronavírus causou nas imobiliárias. Mais de 300 pessoas acompanharam a transmissão.
De acordo com o levantamento feito com dezenas de empresas da capital e do interior paulista, a demanda de compradores de imóveis novos caiu para 63% das participantes da pesquisa durante o mês de março. Em termos de concretização de negócio de compra e venda, houve queda para 67,5% das imobiliárias.
“Acreditamos que esse período, embora conturbado, inevitavelmente acabará gerando uma demanda reprimida que precisará ser atendida em algum momento. Vejam o que houve na capital paulista em 2019, quando as vendas de imóveis novos bateram todos os recordes. Nada mais foi do que resultado dos compradores que postergaram a compra nos anos anteriores”, analisa Nelson Parisi Júnior, presidente da Rede Imobiliária Secovi (RIS), em relatório disparado às associadas da RIS.
Quando se fala dos impactos na locação residencial, a procura por parte de locatários refreou para 40% das respondentes, e a quantidade de novos contratos assinados diminuiu para 43,7%. Também houve arrefecimento nos negócios de locação comercial: para 55% das imobiliárias pesquisadas, diminuiu a procura de locatários de imóveis comerciais e, para 59,5%, o volume de novos contratos teve queda.
Tecnologia para enfrentar a crise – Ricardo Paixão Barbosa, vice-presidente da Rede Imobiliária Secovi, apresentou durante a live duas soluções tecnológicas que ajudam as imobiliárias e os corretores de imóveis em tempos distanciamento social. Tratam-se da Docusign, que permite assinatura digital de contratos (como os de locação); e da Banib, plataforma de demonstração virtual de imóveis – solução ideal frente às restrições que muitos condomínios vêm impondo à entrada de terceiros em suas dependências.
“Conseguimos acesso gratuito a essas duas tecnologias por 60 dias a todas as empresas representadas pelo Secovi-SP. Para utilizá-las, basta ter o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) associado a compra, venda e administração de imóveis”, assinalou. “Havia consenso de que, em 2020, a transformação digital das imobiliárias seria inevitável. Infelizmente, esse processo teve de ser acelerado por conta de um vírus.”
Corretores poderão contar com auxílio do governo – Claudio Hermolin, vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing do Secovi-SP, noticiou que o projeto de lei sancionado pelo presidente da República que garante auxílio de R$ 600 a trabalhadores informais se estende a corretores de imóveis, desde que atendida uma série de requisitos.
O executivo também deu dicas de como corretores podem ser criativos em um momento como o atual. Usou como exemplo a empresa da qual é CEO. “Criamos um tutorial para os proprietários de imóveis fazerem um vídeo-demonstração e, com hora marcada, é possível ao interessado ver esse material. Tudo isso com a intermediação de um corretor.”
Parisi, presidente da RIS, disse que, em sua empresa, reviu alguns processos, e levou para o digital tudo o que foi possível. “Tenho uma corretora que, trabalhando em casa, captou 30 imóveis”, afirmou.