O Estudo de Mercado do ABC, divulgado nesta quinta-feira, 13/11, pela Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), representante regional do Secovi-SP, mostrou que os municípios da região atraem cada vez mais moradores de outras cidades.
As migrações de vendas de imóveis da Capital para a região continuam a crescer. No acumulado de 2014, a elevação foi de 31,9% se comparado aos 22,9% de 2013. “O ABC não é considerado mais uma região dormitório e oferece muitos atrativos, como localização, preço inferior ao da Capital, grande oferta de serviços e lazer. As pessoas estão optando em viver aqui e trabalhar na Capital”, explicou o diretor da Acigabc, Marcos Vinícius Santaguita.
A participação das vendas no ABC em relação à Região Metropolitana, exceto a Capital, aumentou entre janeiro e setembro deste ano sobre o mesmo período de 2013. No acumulado dos noves meses de 2013 (41.411 unidades vendidas), a participação em vendas (5.856 unidades) foi de 14,1%, enquanto em 2014 (26.221 unidades vendidas), a participação de vendas (4.589 unidades) foi de 17,5%. Se compararmos o mesmo período nos dois últimos anos com a RMSP (sem a Capital), a presença também aumentou de 37% para 38,7%. “Os números podem ser explicados pela migração de vendas da capital para o ABC”, afirma Santaguita.
O terceiro trimestre de 2014 apontou redução dos estoques de unidades na região, passando de 4.202 unidades, em 31 de dezembro de 2013, para 3.147 unidades em 30 de setembro de 2014.
Para o último trimestre de 2014, a expectativa é de diminuir ainda mais os estoques. “As vendas neste período devem aumentar devido ao pagamento do 13º salário e outros abonos, como Participação nos Lucros e Resultados. Porém, não estão previstas promoções para atrair clientes. Os lançamentos deverão sair apenas depois das definições da política econômica do governo federal”, disse.
Confira os demais dados da pesquisa:
LANÇAMENTOS
Os lançamentos do 3º trimestre de 2014 foram de 937 unidades, apresentando queda em comparação a iguais períodos de 2013 e 2012. No acumulado de janeiro a setembro de 2014, foram lançadas 3.505 unidades. Houve redução de lançamentos ao comparar os mesmos períodos de 2013, com 4.236 unidades, e de 2012, com 3.780 unidades – respectivamente, quedas de 17,3% e 7,3%.
No acumulado do ano, a equivalência de lançamentos na região e na Capital é de 19%. Também no mesmo período, na comparação com a Região Metropolitana, incluindo a Capital, o ABC tem participação de 11,9%. Ao comparar com a Região Metropolitana, sem a Capital, a presença é de 32%.
No 3º trimestre de 2014, o número de lançamentos (937 unidades) foi 56,3% inferior ao de igual trimestre de 2013 (2.142 unidades). Os lançamentos de 2014 também ficaram um pouco abaixo em relação a 2012, quando foram lançadas 1.249 unidades, uma redução de 24,9%.
Do total de 937 unidades lançadas na região no período, 420 unidades são de 3 dormitórios (45%), 413 unidades de 2 dormitórios (44%) e 104 unidades de 4 dormitórios (11%). Não houve lançamentos de 1 dormitório no período.
São Caetano do Sul se destacou no período com 300 unidades lançadas (32%) movimentando R$ 171.640.639,00, equivalente a 32% em volume de recursos do total de lançamentos. Santo André, com 257 unidades lançadas (27%), num total de R$ 118.062.401,00, representou 22% do volume de recursos. São Bernardo do Campo, com 230 unidades lançadas (25%), no valor de R$ 203.432.755,00, somou o maior volume em recursos entre todas, com 38%. Diadema, com 150 unidades lançadas (16%), no valor de R$ 45.552.314,00, totalizou 8% dos recursos lançados. Mauá não apresentou lançamentos no período.
VENDAS
Historicamente, o ABC representa uma equivalência em vendas com relação à Capital entre 20% e 25%. Entretanto, no acumulado de 2014, esse patamar foi de 31,9%, superior quando comparado com o mesmo período de 2013 (22,9%), o que aponta indícios de migração de vendas da cidade de São Paulo para a região.
Já na Região Metropolitana (incluindo a Capital), o Grande ABC apresentou crescimento de participação em vendas. No acumulado dos noves meses de 2013 (41.411 unidades vendidas), a venda de 5.856 unidades representou 14,1% do total, enquanto em 2014 (26.221 unidades vendidas) a participação do ABC (4.589 unidades) foi de 17,5%. Ao comparar o mesmo período nos dois últimos anos com a RMSP (sem a Capital), a presença também aumentou de 37% para 38,7%.
O 3º trimestre de 2014, com 1.293 unidades vendidas, aponta redução de 31,9% em relação ao mesmo período de 2013, com 1.899 unidades. Em relação ao igual período de 2012, quando foram vendidas 1.923 unidades, a queda foi de 32,8%
CIDADES
São Bernardo do Campo retomou o ritmo de vendas, sendo a cidade com maior número de unidades comercializadas no 3º trimestre de 2014, com 521 unidades (40% da região). Santo André ficou em 2º lugar no ranking, com 398 unidades vendidas (31%), seguida de São Caetano do Sul, com 226 unidades (17%); Diadema, com 143 unidades (11%), e Mauá, com 5 unidades vendidas (menos de 1%).
VENDAS SOBRE OFERTA (VSO)
O indicador VSO (Vendas sobre Oferta) apresentou redução no 3º trimestre de 2014 em relação a igual período de 2013. Os índices foram de 6,91% em julho, 10,35% em agosto e 17,92% em setembro, contra 10,72%, 18,06% e 25,27%, respectivamente, no ano passado, demonstrando impacto no mercado provocado pela Copa do Mundo e o período eleitoral.
ESTOQUE
Houve redução dos estoques de unidades em 25,1%, passando de 4.202 unidades, em 31 de dezembro de 2013, para 3.147 unidades, em 30 de setembro de 2014. Tal comportamento se explica em função do maior número de vendas (4.589 unidades) em relação ao número de lançamentos (3.505 unidades).
ENCONTRO DE MERCADO
Após a apresentação dos dados, o presidente do Secovi-SP e reitor da Universidade Secovi, Cláudio Bernardes, apresentou a palestra “Cidades do Futuro”. Na ocasião, estavam presentes o vice-presidente da Acigabc, Milton Casari; o diretor social da entidade, Antônio Carlos Gonçalves; e o também diretor Reinaldo Malandrin.
Segundo Bernardes, as cidades do futuro não serão somente ocupações geográficas, mas sistemas de administrações de fluxos de informações e infraestrutura. “E a sustentabilidade será a base para esse modelo de desenvolvimento”, afirmou.
Entre as características básicas desse novo modelo estão maior qualidade de vida, menor exploração dos recursos naturais, redução de gasto de energia e água, eficiência na produção de alimentos e menor dependência do campo.
“Em 2050, a população mundial será de, aproximadamente, 10 bilhões de pessoas, das quais 7,5 bilhões nas cidades. No Brasil, o panorama é diferente, porque 85% dos habitantes já estão concentrados nas cidades, que representam 0,5% da área de todo o País”, ressaltou o presidente do Secovi-SP.