Em webinar promovido por Secovi-SP e Fiabci-Brasil em 3/6, sócios da KPMG apresentaram resultados de pesquisas realizadas com incorporadoras de todo o Brasil. O objetivo da sondagem foi entender os impactos iniciais da crise provocada pela pandemia de Covid-19 e como as companhias estão paramentadas para enfrentá-la.
Segundo Eduardo Tomazelli, sócio do departamento de auditoria e membro de Financial Services da KPMG, as empresas saíram da zona inicial de reação e estão, neste momento, entre as etapas de resiliência – em que as preocupações dizem respeito à gestão de caixa, manutenção de liquidez, adesão a medidas governamentais, estabilização operacional – e a de reação –, busca pelo bem-estar de funcionários e manutenção do trabalho remoto.
Além disso, a pesquisa mostrou que 57% das empresas não sofreram impactos relevantes com distratos, e 43% disseram não ter registrado aumento de inadimplência. “Mas houve, para 57% das empresas, uma renegociação de dívidas, por parte do cliente, acima do esperado”, pontuou o analista. Outro destaque foi fato de 57% das respondentes terem dito que postergarão projetos de empreendimentos.
A solidez financeira para enfrentar a Covid-19 foi um dos pontos fortes aferidos pela KPMG. Para 67% das respondentes, não houve, até o momento, algum risco de liquidez, e para 76% não houve nem se estima alguma quebra de covenants financeiros (indicadores como endividamento, Ebitda, entre outros). “Por enquanto, o fluxo de caixa está mantido”, disse.
A pesquisa também revelou que a maior preocupação dos CEOs e CFOs é o retorno das atividades no atual cenário e que grande parte das empresas deve fazer mudanças relevantes nos novos projetos pós-pandemia.
Alan Riddel, sócio da KPMG Corporate Finance São Paulo, frisou que, em horas de crise, um dos fatores determinantes para o sucesso está na capacidade de gestão de caixa. Para ele, é importante delinear a agenda da retomada. “Capitalize a empresa vendendo ativos não estratégicos, diversifique fundings, prolongue dívidas, acelere oportunidades de consolidação e expansão e analise oportunidades de crescimento”, resumiu.
Carlos Sefrin, sócio de Impostos da consultoria, elencou medidas trabalhistas e tributárias que podem aliviar as empresas neste momento.
Por fim, Daniel Wu, head of China Desk, apresentou números do mercado imobiliário chinês. “Oitenta por cento da riqueza dos chineses está alocada em imóveis, por questão cultural, por não conseguirem acessar capital externo”, disse. De acordo com ele, são US$ 65 trilhões em imóveis no país. O setor imobiliário, ainda segundo Wu, corresponde a 25% do PIB da China.