Altamente puxado pelo consumo das famílias, o PIB da construção civil deve fechar este ano com crescimento de 2%, segundo o SindusCon-SP e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Assim, interrompe-se um ciclo de cinco quedas seguidas.
De acordo com a pesquisa, o crescimento do setor se alicerçou fortemente nos segmentos de autoconstrução e reformas (+3%), serviços especializados (+2,5%) e infraestrutura (+1%).
Para Odair Senra, presidente do SindusCon-SP, o setor de edificações deve ficar estável em relação a 2018, pois a alta das vendas do mercado imobiliário somente começou a impactar os indicadores da atividade nos últimos meses do ano.
“As perspectivas são de crescimento mais expressivo do ramo imobiliário e dos demais segmentos do setor em 2020”, afirmou.
Eduardo Zaiden, vice-presidente de Economia da entidade, pontuou a importância de se manter o Minha Casa, Minha Vida em pleno funcionamento. “O programa se mostrou eficaz na diminuição do déficit habitacional, e, na crise, acabou sendo responsável pela construção da maioria dos empreendimentos imobiliários, gerando emprego e renda”, disse.
Preocupa, de acordo com ele, o fato de o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), grande financiador do programa, estar ganhando “caráter distributivista” e, até o momento, não ter surgido nenhuma outra alternativa de funding para ocupar a lacuna criada pela desnutrição do Fundo.
“Estimamos um ciclo de até três anos de recuperação, mas não vemos a sustentabilidade disso. Existem dúvidas sobre o Minha Casa, Minha Vida, não temos um ambiente regulatório claro e falta certeza sobre a macroeconomia para os próximos anos”, disse Ana Maria Castelo, pesquisadora da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Segundo a FGV, para 2020, a perspectiva é que o PIB da construção cresça 3%.