*Milton Bigucci

Dados atuais mostram que temos no Brasil um déficit habitacional superior a 5 milhões de moradias. Desse total, 83% referem-se às regiões urbanas e o restante (17%) às zonas rurais. A maioria absoluta está na faixa popular. É onde atua a Caixa Econômica Federal e o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Agora, em julho de 2011, foi lançado o MCMV II com recursos de R$ 125 bilhões, sendo R$ 53 bilhões de financiamento e R$ 72 bilhões de subsídio, para financiar 2 milhões de habitações; sendo 60% desse total, ou seja 1,2 milhão de habitações na faixa de renda até R$ 1.600,00 mês.

O valor do financiamento nas regiões metropolitanas agora é de R$ 65 mil por apartamento, sendo que 3% dessas unidades devem ser para o uso de pessoas com deficiência. Os emolumentos cartorários têm redução de 75%, e o adquirente só pode vender o imóvel se quitá-lo, para evitar mau uso dos recursos por quem recebeu o subsídio.

Para alcançar sucesso nas regiões metropolitanas, onde os terrenos são caros, deve haver subsídios estaduais como o CDHU (como já acontece em São Paulo) e prefeituras. A soma do financiamento mais esses subsídios podem alcançar valores que viabilizem essa construção popular nas regiões metropolitanas.
           
A Caixa Econômica Federal (Caixa) teve uma gestão vitoriosa neste primeiro semestre de 2011, tendo aumentado 38% o volume de empréstimos, 48% o seu crédito habitacional (R$ 129 bilhões), e 36% no seu lucro, tudo comparado ao 1º semestre de 2010.

Os recursos da poupança em 2010 aumentaram mais de 50%, passando de 302 mil para 421 mil o número de unidades financiadas. Só a região Sudeste ficou com 64% do valor financiado.

No ABC os números também mostram elevação. Os lançamentos passaram de 3.830 unidades no 1º semestre de 2010, para 4.191 unidades no primeiro semestre de 2011, e as vendas aumentaram de 2.794 unidades no 1º semestre de 2010, para 2.966 no mesmo período de 2011.

Neste segundo semestre de 2011 estamos notando uma estabilidade dos preços, com acomodação do mercado de vendas. Podemos dizer que estamos no caminho certo, permitindo o acesso à moradia a milhares de pessoas, coisa nunca antes vista. Esperança para quem ainda não tem moradia própria. Vamos chegar lá. O caminho está aberto.

*Presidente da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC(Acigabc) e membro do Conselho Consultivo Nato do Secovi-SP