CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO
Sexta-feira, 13 de março de 2015.
Vereadores e representantes de entidades discutiram projeto de zoneamento
Foto: Luiz França / CMSP
DA REDAÇÃO
Os participantes da roda de conversa promovida pela Frente de Sustentabilidade da Câmara Municipal de São Paulo nesta sexta-feira (13/3) para discutir a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo – popularmente conhecida como Lei de Zoneamento – pediram que os vereadores negociem com a prefeitura a realização de audiências públicas em cada uma das subprefeituras antes que o projeto seja encaminhado ao legislativo.
“Antes de vir para Casa, gostaríamos que a prefeitura realizasse audiências nos 96 distritos para ouvir a população, ampliando assim a participação de todos para a construção de um projeto melhor. O governo acerta mais quando ouve a sociedade”, afirmou o presidente da Frente de Sustentabilidade, vereador Natalini (PV).
Para a diretora do Movimento Defenda São Paulo, Lucila Lacreta, é importante que as autoridades ouçam as preocupações das pessoas. “O projeto que está em discussão não contempla as necessidades de São Paulo. Quando a população fica sabendo o que acontecerá em sua região, fica preocupada. A prefeitura está colocando a proposta sem nos ouvir de fato”, argumentou.
Entre as principais reclamações sobre o projeto está a demarcação das Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social), locais onde é incentivada a construção de moradias populares, seja por meio de benefícios fiscais, de zoneamento ou da intervenção direta do poder público.
“Queremos que nosso bairro seja retirado da marcação que foi feita. Nosso bairro deve continuar a ser zona mista, como sempre foi. Faltam critérios nesse zoneamento para as indicações de Zeis. Estão escolhendo áreas com loteamento regular”, declarou Pedro Soares, da Associação Amigos de Vila Aricanduva, zona leste.
O militante Wesley Rosa, integrante do coletivo Salvem a Represa Billings, também criticou a escolha de um terreno localizado no Jardim Apurá, na zona sul, que estava destinado à criação do Parque dos Búfalos, para a construção de unidades habitacionais. “A área está longe dos eixos de desenvolvimento e não serve para moradia. Além disso, ela cumpre sua função social, porque ajuda no abastecimento de São Paulo. Esse projeto precisa ser repensado”, explicou.
Na Riviera Paulista, também na zona sul, a população local pede que a área seja mantida como ZER ambiental (Zona Estritamente Residencial) e não uma ZPDS (Zona de Proteção e Desenvolvimento Sustentável), como está previsto no projeto de zoneamento. “As ruas são de terra, não têm calçadas e toda água da chuva é absorvida pelo solo e levada até a Guarapiranga, que abastece a cidade. Precisamos preservar o meio ambiente”, sinalizou Iara Bruno, integrante da Sociedade Amigos de Reviera Paulista.
O presidente do colegiado garantiu que esse é um dos grandes erros na proposta. “Não podemos permitir que mexam nessa área”, declarou Natalini. “Vamos continuar intervindo e realizando rodas de conversas como essa para que esse plano torne a cidade melhor”, disse.
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