Em entrevista à CBN, Rodrigo Luna explicou como novas regras, aprovadas pelo Conselho Curador do FGTS, vão beneficiar famílias de classe média com juros menores e ampliação de faixas de renda

 

O presidente do Secovi-SP, Rodrigo Luna, foi o entrevistado do programa Show da Notícia, da Rádio CBN, no último sábado, 19/4, para detalhar as novas regras aprovadas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS) no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida. Em conversa com o apresentador Leandro Gouveia, Luna explicou como a medida irá beneficiar, especialmente, as famílias de classe média.

Questionado sobre a nova Faixa 4 do programa, voltada para famílias com renda entre R$ 8.600 e R$ 12.000, Luna explicou que “haverá um custo mais baixo, em torno de 10,5% ao ano, diante de um mercado que hoje pratica perto de 12% ao ano”.

Sobre os ajustes nas demais faixas, Luna comentou que, como tivemos, nos últimos dois anos, uma inflação que encareceu em boa parte o preço dos imóveis, neste momento, o governo promove ajustes para possibilitar que as famílias tenham mais crédito. Ele destacou que, na Faixa 1, por exemplo, há subsídio de até R$ 48 mil. “As taxas de juros variam de 4,5% a 8%. E podem chegar a 10,5%.”

Segundo Luna, a produção imobiliária vem crescendo ano a ano, conforme a demanda. Mas a limitação é a falta de recursos para financiar a habitação. “Em 2024, as contratações chegaram a mais de 400 mil unidades no Brasil. Com a estrutura que o programa tem hoje, somada às novas aprovações do Conselho Curador, estima-se que poderemos produzir em torno de 650 mil unidades”, afirmou. O volume ainda é baixo frente ao crescimento anual da demanda e do déficit habitacional no Brasil. Mas já é uma grande notícia, sem dúvida nenhuma”, acrescentou.

Luna também falou sobre o ajuste do valor dos imóveis localizados em municípios com até 100 mil habitantes. “A finalidade é democratizar o acesso ao crédito imobiliário às famílias que vivem nas cidades menores, onde o custo da produção das unidades é muito semelhante ao custo de cidades maiores. Com mais acesso ao crédito, essas famílias conseguem realizar o sonho da casa própria.”

Questionado sobre mudanças no perfil dos consumidores e a falta de interesse das novas gerações em adquirir um imóvel, Luna respondeu que o comportamento da sociedade tem mudado de forma muito significativa. Com o avanço da tecnologia das novas formas de vida, a locação é um caminho e uma solução de habitação “muito interessante”.

Segundo ele, entre 30% e 35% da população brasileira moram em imóveis alugados. “Temos um déficit habitacional de 7 milhões de moradias. Mais de 50% desse total se caracteriza pelo aluguel excessivo. Ou seja, o custo do aluguel é maior do que 30% da renda familiar. Portanto, é possível ofertar unidades mais baratas para caber dentro da renda de cada família.”

“O aluguel é uma opção válida, mas nós, brasileiros, ainda valorizamos a casa própria. Oferecer unidades mais acessíveis, seja para compra ou aluguel, é essencial para reduzir o déficit habitacional”.


A entrevista está disponível em podcast. Busque Show da Notícia no Spotify ou assista no canal da emissora no YouTube.